O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo, saiu em defesa dos servidores públicos superendividados e acusou os bancos de agirem de forma predatória ao oferecer crédito fácil com juros abusivos. Em meio às investigações sobre fraudes nos consignados, ele afirmou que o servidor deve pagar suas dívidas, mas só se elas forem legais e justas.

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“Não se ela for irregular, não se ela for ilegal, não se ela tiver juro galopante, juro fora do que determina a norma”, declarou Sério Ricardo, nesta quinta-feira (12), após reunião da Mesa Técnica do TCE sobre os consignados que contou com a presença de seis empresas que operam crédito consignado junto aos servidores do Estado de Mato Grosso.

Sérgio criticou a prática das financeiras que, segundo ele, não querem receber de volta o valor emprestado, mas sim “comer juros” do salário do servidor mês a mês. “As empresas são vorazes. Elas querem vender dinheiro, colocar na conta do servidor e cobrar juros pela vida inteira”.

O esquema de consignados com descontos que chegavam a consumir até 90% do salário do servidor agora é alvo de uma Mesa Técnica criada pelo próprio TCE e de uma força-tarefa coordenada pelo Procon estadual, que conta com a participação do Ministério Público e da Delegacia do Consumidor (Decon). Juntas, essas frentes buscam identificar fraudes, responsabilizar empresas e servidores envolvidos e propor novas regras para frear o ciclo de endividamento.