Gilberto Cattani (PL), deputado estadual da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), negou nesta quarta-feira (18) que tenha cometido irregularidades na destinação de emendas parlamentares, como apontou reportagem do UOL veiculada nesta semana. 

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Ele e outros 11 deputados estaduais são citados em uma investigação da Polícia Civil que apura um suposto esquema envolvendo emendas durante o período eleitoral, com um possível prejuízo de R$ 28 milhões aos cofres públicos.

O deputado, entretanto, garante estar tranquilo com as investigações em curso e afirma que não cometeu nenhum crime. 

“Vazar documentos tá ficando normal no nosso país. Eu acho um absurdo. Não roubei, não desviei. Não ‘propinei’, não fui ´propinado’. Simplesmente destinei emendas parlamentares, que é um direito dos parlamentares. [Estou] tranquilo; Durmo que nem um anjo, um anjo feio, mas um anjo”, disse em entrevista na Assembleia. 

Quando questionado se os deputados não fazem um mapeamento do processo de execução das emendas, Cattani disse que é impossível acompanhar o processo e destacou que apenas envia os valores. Ele citou como exemplo emendas destinadas às prefeituras e secretarias municipais. 

“É impossível acompanhar as emendas. Até porque você manda, por exemplo, para uma prefeitura, a prefeitura vai contratar o instituto para fazer.  Nós mandamos para a secretaria, a secretaria vai contratar o instituto para fazer. Licitação, compra, não depende do deputado.  Nós mandamos a emenda para um objetivo. Só isso”, explicou. 

A apuração do suposto desvio é conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) no âmbito da Operação Suserano e foi deflagrada em setembro de 2024. Segundo a Polícia Civil, as emendas teriam sido usadas para a compra de kits agrícolas como roçadeira, motocultivador, adubadeira costal e perfurador de solo, com indícios de sobrepreço de R$ 10,2 milhões.