O retaludamento do paredão do Portão do Inferno anunciado pelo governo de Mato Grosso para conter o risco de deslizamentos pode ser abandonado. Segundo o governador Mauro Mendes (União), estudos geológicos mais aprofundados apontaram inconsistências no projeto inicial, o que obrigou a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) a revisar completamente a proposta. A decisão final sobre o novo caminho deve ser anunciada até o fim de junho.
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“É uma análise muito técnica. Não é uma decisão do governador, nem do secretário. Os estudos iniciais mostraram uma grande dificuldade, quase impossibilidade de prosseguir naquela rota inicial. Mas ainda não tenho o veredito final dos técnicos. Eles prometeram isso até o final do mês de junho”, disse o governador, nesta terça-feira (24).
De acordo com ele, estudos geológicos da Sinfra apontaram algumas inconsistências nos estudos iniciais, o que demandou nova análise técnica da solução. Além do retaludamento, foram cogitados um viaduto sobre o paredão, uma ponte sobre o desfiladeiro e um túnel.
A intervenção no Portão do Inferno, ponto crítico da MT-251 entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, foi anunciada em 2023 como uma medida definitiva para evitar tragédias. A ideia era escavar o paredão e afastar a rodovia do trecho instável, onde há anos ocorrem escorregamentos e rachaduras. O projeto foi tratado como emergencial, mas agora está sob revisão.
“Uma coisa é fazer um estudo preliminar, como foi feito. Tomar decisões como naquele momento precisavam ser tomadas. Mas quando iniciou-se o projeto, verificou-se algumas diferenças geológicas que não foram percebidas. Isso fez com que entrássemos em um projeto de revisão daquela solução inicial”, disse o governador.
Segundo ele, sondagens profundas no topo do morro apontaram que a rocha não tem as mesmas características esperadas. “Foi colocada máquina lá em cima, houve mobilização de recurso e complexidade gigante para fazer sondagem do topo do morro para baixo.”
A área do Portão do Inferno é uma das mais emblemáticas da região de Chapada dos Guimarães. Além da importância turística, é também rota fundamental para moradores e abastecimento.