O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que a decisão de retirar a capital do Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Rio Cuiabá (Cisvarc) não causará qualquer prejuízo ao município.
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Segundo ele, a Prefeitura já realiza compras diretas por meio de licitações próprias com preços inferiores aos praticados pelo consórcio, e os impactos da saída serão sentidos apenas pelos municípios do interior, que dependem da força de compra da capital para obter condições mais vantajosas.
“Essa ação para o município de Cuiabá não muda muita coisa. Ela vai mudar para os municípios do interior. Se os municípios do interior querem ter vantajosidade de comprar junto com Cuiabá, para que saia mais barato, precisam entender que Cuiabá é o principal município desse consórcio e deve ter o direcionamento do poder de decisão”, declarou.
Segundo Abilio, Cuiabá representa aproximadamente 80% de todo o volume de compras do Cisvarc, mas não possui peso proporcional na tomada de decisões dentro do consórcio, já que, pelo modelo atual, cada município tem direito a apenas um voto, independentemente da participação financeira.
Apesar de minimizar os impactos para a capital, o prefeito detalhou uma série de motivos que motivaram a decisão, entre eles casos que, segundo ele, evidenciam má gestão e possíveis irregularidades. Um exemplo citado foi a aquisição de cadeiras de rodas com valores muito acima do mercado.
“A Prefeitura de Cuiabá no ano passado comprou uma cadeira de rodas por R$ 4.200, sendo que esse equipamento custa entre R$ 1.000 e R$ 1.200. Além disso, tivemos problemas com ambulâncias e diversas outras contratações”, disse.
Abilio também criticou duramente a escolha do ex-presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, para ocupar um cargo de diretoria no consórcio. Neurilan é irmão do atual presidente do Cisvarc, o prefeito de Nobres, José Domingos Fraga (União), o que, na visão do gestor da capital, configura nepotismo e fere os princípios da boa gestão pública.
“O Zé Domingos, que é o presidente do consórcio, escolheu o irmão sanguíneo dele para ser o diretor. Para mim, não dá certo. Alguma coisa não está muito certa”, criticou.