O governador em exercício Otaviano Pivetta (Republicanos) afirmou que seu relacionamento com deputados estaduais permanece “inabalado”, apesar de ter sido o responsável por repassar à Controladoria-Geral do Estado (CGE) os indícios que levaram à investigação de 14 parlamentares em consequência da Operação Suserano. O episódio ganhou repercussão após o vazamento do relatório da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) para o Núcleo de Ações de Competência Originária (NACCO) do Ministério Público, e posterior matéria em veículo de grande circulação nacional.
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“Eu acho que é uma grande tempestade em copo d’água que estão fazendo. Os deputados todos me conhecem, muitos deles são meus amigos, as relações continuam inabaladas, não tem nada. Nessa semana eu recebi a visita de mais de meia dúzia de deputados aqui, todos eles sabem da minha intenção e conhecem a minha índole”, afirmou o vice-governador ao
Olhar Direto.
Pivetta disse ainda que não teve qualquer envolvimento na repercussão midiática do caso. “O fato de terem gerado uma notícia nacional cheia de confusão, inclusive incluindo o nome de pessoas que não têm nada a ver com o negócio, isso não depende de mim. Eu não coordeno a imprensa, eu raramente falo com a imprensa. Então, eu estou muito tranquilo.”
Ele garantiu que sua postura não mudou e descartou qualquer desgaste político: “Não mudou nada, absolutamente nada”.
O caso
Em setembro de 2024, a Deccor deflagrou a Operação Suserano com base em auditorias da CGE, apontando desvio na compra de kits agrícolas por meio de emendas parlamentares. O relatório citou 14 deputados estaduais. A repercussão levou a Assembleia Legislativa a reagir com mobilização interna, incluindo a convocação do controlador-geral do Estado, Paulo Farias Nazareth Netto, e a solicitação para que o governador Mauro Mendes determinasse apuração sobre o vazamento do documento.
Pivetta reforçou que seu único papel no episódio foi cumprir seu dever como gestor público: receber a informação da própria Seaf e encaminhá-la ao órgão de controle. Ele já havia declarado: “Tinha obrigação pública […] Eu não me arrependo de ter feito. E se vier notícia de algo errado em qualquer área do Estado, eu vou fazer o que eu fiz naquela vez, sem nenhuma culpa, sem nenhum problema”.