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Terça-feira, 11 de novembro de 2025

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Paola Fadul avalia que mercantilização do autismo é risco para famílias desesperadas



A pediatra e especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA), Paola Fadul, avaliou, em entrevista ao PodOlhar, que o aumento do número de clínicas voltadas ao autismo nos últimos anos representa, ao mesmo tempo, um avanço na medicina e um risco de mercantilização do tratamento.

Segundo Fadul, o crescimento dessas instituições reflete o aumento da demanda e o interesse da sociedade em compreender e tratar o TEA, mas também traz desafios importantes. “Muitos profissionais não estão habilitados para atender essas crianças, o que pode gerar prejuízo no desenvolvimento delas. É preciso avaliar a certificação, a formação dos profissionais, a supervisão e a evolução do tratamento”, afirmou.

A especialista destacou que o atendimento deve ser intensivo, contínuo e individualizado, com acompanhamento constante para replanejar o tratamento quando necessário. “Não dá para aplicar receita de bolo. Cada criança precisa de um plano adaptado às suas necessidades, considerando comunicação, comportamento, habilidades diárias e questões motoras e sensoriais”, explicou.

Fadul também comentou sobre a importância da intervenção precoce e do trabalho multidisciplinar. Profissionais como psicólogos, analistas de comportamento, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas são fundamentais para desenvolver a comunicação, a interação social e as habilidades motoras das crianças.

Sobre o diagnóstico, a especialista esclareceu que ele é clínico e deve ser conduzido por médicos capacitados, como pediatras, neurologistas ou psiquiatras infantis. Exames como tomografia ou ressonância não são necessários, e o acompanhamento do médico da família é essencial para garantir precisão e rapidez na identificação do TEA.

Fadul alertou ainda para a necessidade de fiscalização por parte de convênios e famílias, evitando que a busca por tratamento se transforme em um mercado de serviços sem qualificação adequada, que pode comprometer o desenvolvimento das crianças.
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