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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Turismo

Carnaval de Montevidéu mostra sincretismo em 45 dias de festa

O Uruguai pode ter sido assolado por crises financeiras e não ter ganhado nenhuma Copa do Mundo em quase 60 anos (vá lá que bateu o Brasil no Maracanã em 1950). Mas há algo que ninguém lhe tira: seu Carnaval. 


Para surpresa de muitos, a festa não só existe no país (apaixonado por ela e pelo futebol) como é centenária. O Carnaval da capital, Montevidéu, é considerado o mais longo do mundo, com 45 dias de espetáculos em mais de 20 locais espalhados pela cidade, com direito a competição oficial no Teatro de Verão.

Nesse período (início de fevereiro a meados de março), o país que se ressente de não ter mercado interno (são apenas 3,4 milhões de habitantes; 1,5 milhão deles na capital) reúne milhares de moradores todas as noites em frente a palcos improvisados para apresentações que misturam teatro, música e dança --sim, a festa uruguaia é nos palcos, com direito a plateia e cadeiras. 

País de história recente e cultura idem, Montevidéu deixa claro no Carnaval todas as suas influências. A europeia (Espanha e Itália) aparece nas murgas (coros de crítica política em tom de sátira), a norte-americana marca os parodistas (que cantam e dançam com "boy bands" e fazem paródia de clássicos da literatura e do teatro) e a africana (especialmente Angola e Congo) nas comparsas de negros e lubolos. Há ainda os humorista e as revistas, que se tornaram raras.

Montevidéu foi eleita a capital ibero-americana do Carnaval para os anos de 2009 e 2010 pela União das Cidades Capitais Ibero-americanas, compostas por 27 grandes municípios da América, Portugal, Espanha e Andorra. Do Brasil, integram a organização as cidades de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

Candombe e maracatu
A festa uruguaia, que difere de qualquer outra manifestação brasileira, é iniciada com os desfiles de abertura, que tomam a avenida 18 de Julho.

As comparsas (agrupações) de negros e lubolos têm também um desfile separado dias depois, na rua Ilha das Flores. A via percorre os bairros Palermo e Sur, berços das comparsas e onde mora a maioria dos negros de Montevidéu.

O som desse desfile, que recebe o nome de "chamadas", é o candombe (ouça podcast), tocado em tambores tribais afinados minutos antes com a ajuda de chaves e fogo.

A batida soa familiar aos brasileiros graças aos bantos, que vieram escravizados da África e povoaram tanto Montevidéu quanto cidades brasileiras e até Nova Orleans.

Para Tomás Olivera Chrimini, presidente da Associação Civil Africanía e do conjunto Bantu, tudo está ligado. "O candombe é o maracatu às avessas", compara.
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