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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Cidades

Secretaria estuda criação de novo shopping popular

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano estuda a construção de novo shopping popular para resolver a obstrução das calçadas e praças por ambulantes. Além disso, está formando uma comissão permanente para discutir soluções definitivas para os problemas causados com o comércio informal no centro de Cuiabá. A decisão foi tomada, em uma reunião entre representantes da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), da Cooperativa dos Camelôs, Instituto de Pesquisa de Desenvolvimento Urbano (IPDU) e os secretários de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Trabalho. Todas as entidades apoiaram a iniciativa e entendem que essa parceria pode resolver as dificuldades de acessibilidade do consumidor, com a invasão de calçadas, e os prejuízos dos lojistas, principalmente nos períodos próximos aos feriados.



O encontro, que aconteceu no Palácio Alencastro, teve o objetivo de reunir os interessados para avaliar a situação. No balanço apresentado pela Diretoria de Gerenciamento Urbano (DGU), 136 camelôs são cadastrados e possuem o direito da venda ambulante. Segundo o diretor do DGU, são pessoas que atendem pré-requisitos. “São idosos, deficientes ou artesãos que comercializam frutas, doces e produtos artesanais como bijuterias, roupas pintadas à mão”, garante Josemar Sobrinho.

Segundo o diretor, pela avaliação, mais 136 estão irregulares e vendendo produtos falsificados como perfumes, CDs e dvs. Para conter o abuso, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano triplicou o número de fiscais. Atualmente, são 30 servidores atuando diretamente no centro da cidade e ações para conter a clandestinidade estão sendo realizadas.

Para a CDL é um absurdo os camelôs ocuparem espaço de quem paga imposto, alvará e funcionários. “Eles querem ficar em calçada e praça, lugar do consumidor, do pedestre. Também existem os que chegam com o carro, abrem o capô para vender de tudo e sequer querem pagar a faixa verde”, reclama Otacílio Peron, advogado da CDL.

Os vendedores ambulantes concordam que haja limitações e mais fiscalização para conter o abuso. “Um dos problemas é que vêm gente de fora. O pessoal de Goiânia, por exemplo, fica sabendo que a praça aqui é boa e de repente tem um monte de gente de lá. Eles acabam competindo com quem mora aqui”, conta Aparecida Ribeiro de Oliveira, mais conhecida como Cida do Camelô.

O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Osmário Forte Daltro, garantiu que o posicionamento da Prefeitura é de buscar soluções. “O nosso encontro é para construir de verdade alternativas viáveis e exeqüíveis que atendam a todos. Há questões econômicas envolvidas, estruturais e socais”, acredita. Algumas propostas e idéias foram levantadas na reunião. De acordo com o secretário-adjunto, Eduardo Figueiredo Abreu, os camelôs devem ser retirados do centro com a oferta de serem realojados “Precisamos de um plano de ordenamento. Temos que fazer um mapeamento da cidade e buscar pontos possíveis para construções de novos shoppings populares. Essa foi uma ação ousada no passado e que deu certo”, avalia Abre, que complementa, “podemos buscar apoios como o do Sebrae e oferecer cursos de capacitação, para essas pessoas”. 

O presidente da CDL, José Alberto Aguiar, sugeriu a construção de shopping populares próximos aos terminais de ônibus. “Eles procuram trânsito de pessoas e o primeiro caso, ao lado da Acrimat foi escolhido porque antes havia ali o terminal do Porto”, explica.

Com a reunião, o secretário de Meio Ambiente definiu uma série de providências. “Não vamos permitir o excesso de camelôs, principalmente os de outras cidades, faremos um recadastramento dos ambulantes que será reavaliado, estudaremos a possibilidade de reverter a posição dos camelôs na rua 13 de Junho para ficarem ao lado da praça Ipiranga, assim liberando o fluxo de transeuntes. São ações paliativas, mas importantes para serem tomadas imediatamente. Porém uma comissão deve ser formada para resolvermos também a situação em definitivo”, argumenta Osmário Daltro. 

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