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Gerente de Arcanjo é preso em Recife um dia após operação contra ‘jogo do bicho’

Da Redação - Wesley Santiago

José Carlos de Freitas, apontado pelas investigações da Gerencia de Combate ao Crime Organizado (GCCO) como gerente das operações da Colibri (chefiada por João Arcanjo Ribeiro e Giovanni Zem) em Cáceres (219 quilômetros de Cuiabá), foi preso nesta quinta-feira (30), um dia após a deflagração da 'Operação Mantus’. Ele estava com mandado de prisão em aberto e era considerado foragido.

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A prisão foi confirmada ao Olhar Direto pelo delegado Flavio Stringueta, titular da GCCO. O homem estava em Recife quando foi abordado por equipes policiais. Ainda não há muitos detalhes sobre a prisão. O homem deverá ser recambiado para a capital mato-grossense, onde passará por audiência de custódia.

As investigações apontam que 'Freitas', como é conhecido, é o gerente da Colibri na cidade de Cáceres. Em uma das conversas interceptadas, desta vez com Mariano Oliveira da Silva, que é gerente da região norte, ele disse que precisava "dar um piau" em um cara de Mirassol.

A conversa seria para contratar capangas para bater em uma das pessoas que estavam devendo para o grupo. "Eu to precisando, aquele pessoal lá do, lá de Rondônia, que... um que tá corrido parece que aquele outro, que foi dado o piau daqueles sarado mesmo, quebraram até o nariz dele, quanto custou?".

Mantus

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
 
Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.
 
Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.
 
Os suspeitos vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.
 
No total, foram expedidos 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

Atualizada às 12h27.
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