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Gilberto critica flexibilização e diz que fala de Bolsonaro sobre mortes é "desconfortável"

Da Redação - Max Aguiar

A fala do presidente Jair Bolsonaro, na noite de terça-feira (28), em frente ao Palácio da Alvorada, que não faz "milagres" em relação ao alto número de mortos por Covid-19 no Brasil, cujo total de óbitos pela doença ultrapassou, oficialmente, o da China, chamou atenção da população e também foi comentada pelo secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo.

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"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente depois de ser questionado sobre os números.

Para o Gilberto, a fala do presidente é no mínimo desconfortável, tendo em vista que é o líder de todo país que está em combate à pandemia do novo coronavírus. "Desconfortável. Precisamos e devemos levar em consideração os números de nosso país hoje", comentou.

Gilberto ainda lembrou que neste momento em que o Brasil ultrapassa a China em número de mortes pela Covid-19, o mais sensato seria manter a quarentena e não flexibilizar, conforme está sendo feito em boa parte do país. 

"Eu não vejo com certo conforto total a flexibilização. Estatísticamente é lógica. Com todos em casa, a infecção é menor. Quando se abre para que todos saiam, a probabilidade de contágio é maior. Os números de São Paulo são assustadores. Deus queira que não precisamos chegar aos números de lá", comentou. 

Outro ponto levantado pelo secretário é quanto ao pico da doença. Sem dar data, ou colocar prazo, Gilberto apenas afirmou que o Brasil não chegou ao patamar máximo da Covid-19. 

"O pico da doença ainda não aconteceu no Brasil e nem em nenhum Estado do Brasil. Não tivemos uma escala menor do caso. Todo dia temos casos novos, inclusive em Mato Grosso e alguns avançam para o óbito. Acreditamos que na chegada do inverno isso pode aumentar, devido o contágio da influenza e a síndrome respiratória deve aumentar os números. Esperamos que esse aumento esteja dentro da nossa capacidade, por isso estamos trabalhando muito. Se avaliar pelos números de hoje, nem era preciso fazer mais leitos", explicou Gilberto. 
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