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Governador diz que era 'impossível' impedir tragédia que já queimou 5% do Pantanal de MT

Da Redação - Érika Oliveira

Há exatamente um ano, o governador Mauro Mendes (DEM), ao lado do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, sobrevoava a porção da região Amazônica localizada em Mato Grosso que ardia em chamas. Em 2019, o Estado liderou o ranking de queimadas na Amazônia e, este ano, segue no topo da lista de estados que mais queimam. O fogo, porém, agora atinge outro bioma - e de forma ainda mais grave: o Pantanal.
 
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“A prevenção aconteceu, mas não podemos desconsiderar uma realidade de 10 milhões de hectares. Não há prevenção que vá conseguir atuar numa área desse tamanho. E temos Mato Grosso inteiro, outras regiões além do Pantanal onde também estão ocorrendo esses incêndios. Então não há muito o que se fazer, porque por mais que se previna é impossível nesse momento - em todo o planeta - conseguir evitar que num território tão vasto e com um clima tão seco, com uma estiagem tão longa, não ter esse tipo de coisa acontecendo. Mas reconhecemos e queremos fazer mais”, considerou Mauro Mendes, na última terça-feira (18), após sobrevoar mais uma vez os incêndios na companhia do ministro.
 
O bioma Pantanal possui cerca de 15 milhões de hectares de extensão territorial, sendo 10 milhões localizados em Mato Grosso. Deste total, de acordo com o Ibama, do início de 2020 até a semana passada, o fogo já havia destruído 1,55 milhão de hectares, área equivalente a dez municípios de São Paulo.
 
Levantamento realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) aponta que, somente nos primeiros 13 dias de agosto, 1.317 focos (51%) ocorreram na porção mato-grossense do bioma e outros 1.261 focos (49%) na porção do bioma em Mato Grosso do Sul. Ao todo, se considerarmos os dois estados, o Pantanal já perdeu 10,3% de sua cobertura vegetal.
 
Segundo especialistas, ainda é cedo para avaliar a dimensão do estrago causado pelo fogo, principalmente porque a expectativa é de que no mês de setembro a seca castigue ainda mais a região.
 
Este é o maior incêndio ocorrido no Pantanal nos últimos 14 anos, que enfrenta ainda o avanço do desmatamento e uma das maiores estiagens observadas na história recente. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os primeiros sete meses de 2020 foram os que registraram mais queimadas em comparativo ao mesmo período de anos anteriores.
 
O mês de julho deste ano, por exemplo, foi o período em que o Pantanal mais pegou fogo nos últimos 22 anos. Conforme o Inpe, foram registrados 1.684 focos de queimadas na ocasião. No mesmo mês, no ano passado, foram 494 focos. O recorde de queimadas em julho, até então, havia sido em 2005, com 1.259 registros.
 
O Pantanal é maior área úmida continental do planeta, mas este ano, o nível das águas do rio Paraguai - principal formador do bioma - chegou a 2,10 metros em junho, de acordo com a Marinha do Brasil, período que costuma marcar o pico do rio ao longo do ano. Esta foi a menor marca observada nos últimos 47 anos, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
 
Na visita desta terça-feira, o ministro Ricardo Salles prometeu disponibilizar “tudo o que for necessário para conter os incêndios”.
 
 
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