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Adolescente relata à Polícia Civil que mensagens enviadas para irmãos eram encaminhadas de grupo de atiradores

Da Redação - Max Aguiar

Em depoimento prestado no dia 21 de agosto, dois dias após a reconstituição simulada da morte de Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, no condomínio Alphaville I, em Cuiabá, o adolescente de 16 anos, que seria o responsável por levar a arma que disparou e acertou a menor no rosto, contou aos policiais qual conteúdo havia nas mensagens apagadas em conversa com seu irmão. 

Ao delegado Wagner Bassi Júnior, que preside o inquérito na Delegacia Especilizada do Adolescente (DEA), o adolescente, que também é namorado da adolescente responsável pelo tiro, contou que existiam quatro mensagens. Sendo a maioria compartilhadas de um grupo de atiradores. 

"Das mensagens não restauradas, a primeira diz respeito a um grupo de atiradores, onde se criticavam os pais e a adolescente envolvida. A segunda e a terceira eram audios criticando a postura de quem enviou a mensagem. A quarta era o áudio ou mensagem do  explicando ao seu irmão que as mensagens enviadas era o que estava sendo enviado a um grupo de atiradores", diz trecho do documento do depoimento do adolescente. 

O adolescente ainda esclareceu ao delegado que após contar isso, que o irmão disse: "Aí tomou". "O declarante explica sucintamente que foi expresso para ficar entendível o texto", e que posterior a isso ele mostrou áudio e imagens restaurados do grupo para a autoridade policial. 

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O adolescente ainda cita que ele e seu pai fazem parte desse grupo de atiradores, mas seu irmão não está. E que lá havia quem criticava a família Cestari por estar em casa com arma sem registro e outros que pediam que a adolescente fosse banida do tiro esportivo. 

O menor, que inclusive já disputou campeonato sulamericano de tiro e já conquistou títulos nacional e internacional, ficou com medo de que a exposição das mensagens e da conversa pudesse prejudicar sua carreira como atirador. Outro fator que o menor tinha receio é que ele decidiu, espontâneamente falar sobre o caso porque achou que o fator julgamento social pudesse jogar o caso "sobre seus ombros,mesmo não estando no local do fato no momento do ocorrido", diz trecho do documento. 

O caso

A morte de Isabele Guimarães Ramos ocorreu no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville I, em Cuiabá. Ela levou um tiro acidental no rosto, disparado pela amiga, que reside na casa e é filha do empresário Marcelo Cestari. 

A arma que disparou teria sido levada pelo namorado da atiradora, que pediu para que o pai dela aliviasse mais o gatilho e em seguida ele teria guardado em um case, apenas carregada, mas não manobrada. 

Quando ele foi embora, na noite de domingo, passado menos de cinco minutos, Isabele morre dentro do banheiro da casa de Cestari. O disparo sai justamente da arma que o menor tinha levado e teria deixado na casa porque não queria ser pego armado em alguma blitz. 

O caso continua sob investigação na Polícia Civil.  
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