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Substituição de nome de escritor ‘imortal’ por de PM em escola militarizada revolta setor cultural

Da Redação - Airton Marques

A decisão do Governo estadual em trocar o nome da Escola Estadual Professor Natalino Ferreira Mendes, em Cáceres, gerou revolta, principalmente da classe cultural. A unidade foi uma das escolas militarizadas em Mato Grosso e, conforme decreto 821/2021, assinado pelo governador Mauro Mendes (DEM), passa a se chamar Escola Estadual da Polícia Militar CB PM RR Davi Maciel de Campos.

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O poeta Airton Reis Reis compartilhou um poema mostrando sua indignação com a troca. Afirma que com tal decisão, os cacerenses e os familiares do professor foram privados do exercício de cultuar a honraria que representa o nome do professor. “Que foi mestre, acadêmico, secretário de Administração, entre muitos outros cargos e encargos com vários serviços prestados por décadas ao estado”.

Airton ainda declarou “luto literário”. “Nesta, anunciamos o Funeral Cultural, aonde será velada a Alma de um Espírito Imortalizado além da sua Cidade Natal. Nem cemitério, nem caixão. Nem velas, nem coroa de flores. Apenas uma incomensurável lacuna nas páginas do ser Cidadão. Uma Cruz. A Fé. A Democracia que um dia ainda será a representação do que é”.

Durante a semana, quando a troca ainda não havia sido confirmada, o escritor e advogado Eduardo Mahon ressaltou que Natalino é um dos autores mais importantes do interior de Mato Grosso. “Peço aos amigos que se somem contra esse atentado e façam coro pela manutenção do nome, da memória, da identidade cacerense”.

Natalino nasceu em Cáceres em 1924, foi fundador e presidente de honra do Instituto Histórico e Geográfico de Cáceres (IHGC), e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT). Além disso, imortal da Academia Mato-grossense de Letras. Faleceu em 2011, aos 87 anos.
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