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Familiares de servidor assassinado pedem justiça nas redes sociais após juíza conceder liberdade aos suspeitos

Da Redação - Michael Esquer

Os familiares do servidor aposentado da Secretaria de Fazenda (Sefaz) Nicomedes Francisco Pinto Lopes, de 69 anos, popularmente conhecido como Tito, que foi encontrado morto na última quinta-feira (25) na Rodovia Helder Cândia, conhecida como Estrada da Guia (MT-010), realizam campanha nas redes sociais pedindo justiça. Com a hashtag “Justiça por Tito”, diversos usuários de redes sociais fizeram publicações comentando o caso. Na última sexta-feira (26), a juíza plantonista Cristiane Padim da Silva concedeu liberdade provisória aos quatro suspeitos de autoria da morte do servidor.

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Na audiência de custódia realizada de forma remota, o Ministério Público Estadual (MPE) defendeu a homologação do auto de prisão em flagrante, pois os objetos do crime foram encontrados em posse dos supostos autores. No entanto, pediu a concessão de liberdade provisória aos quatro.

Cristiane Padim não viu indícios suficientes para caracterizar crime de associação criminosa. Em relação à necessidade da manutenção da prisão, a magistrada explica que a análise em questão trata apenas do crime de receptação de bens do aposentado assassinado.

Em uma publicação feita nas redes sociais o filho do servidor, Marlon Alencar, fez um "fio" explicando o crime cometido contra seu pai. “Na noite de domingo meu pai, um senhor de 69 anos e deficiente físico, estava descansando sozinho na sua casa na cidade de Chapada dos Guimarães e foi surpreendido por bandidos que arrancaram a porta da casa para extorqui-lo e roubar seus pertences. Fizeram um PIX de R$ 4.900 para a conta de uma mulher, pegaram cartões, as televisões e o carro”, disse em trecho da postagem.

Marlon também relatou a angústia que enfrentou durante os dias que o pai ficou desaparecido, e revelou que os criminosos liam as mensagens mas não respondiam. Por ter o corpo encontrado após alguns dias depois de morto, a família não pôde ver Nicomedes por uma última vez, porque o caixão ficou fechado.

“Não satisfeitos levaram também a vida do meu pai e o jogaram amarrado no mato. No dia seguinte fizeram um limpa nas contas do meu pai, abriam as mensagens que eu mandava preocupado. Hoje eu e meu irmão enterramos meu pai de caixão fechado, pois demoramos para encontrá-lo e o estado de decomposição já era avançado. Eles não deixaram eu me despedir do meu pai uma última vez e agora estão livres”, desabafou.

Com a grande repercussão, vários usuários fizeram publicações indignados com o crime e a situação enfrentada pela família. Um deles criticou o sistema judiciário brasileiro pelo fato de os envolvidos na morte de Tito terem sido soltos em menos de um dia. “É aquela coisa, a polícia prende e a caneta solta. Cometeram um crime hediondo e em menos de 24 horas foram soltos. Só no Brasil para acontecer isso mesmo, esse país é uma piada”, comentou.

O caso

O corpo que seria do servidor aposentado da Secretaria de Fazenda (Sefaz), Nicomedes Francisco Pinto Lopes, 69 anos, foi localizado na manhã da última quinta-feira (25), na Rodovia Helder Cândia, conhecida como Estrada da Guia (MT-010) em estado avançado de decomposição. Ele estava desaparecido desde o último domingo (21), quando foi visto  saindo do bairro Por do Sol, onde mora em Chapada dos Guimarães em um Jeep Renegade preto.

Na manhã desta quinta-feira (25), a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) prendeu dois casais por envolvimento na morte do servidor. A família informou que um dos suspeitos utilizava tornozeira. 

Na sexta-feira (26), a juíza plantonista Cristiane Padim da Silva concedeu liberdade provisória aos 4 suspeitos. A decisão foi proferida durante audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (26), um dia após a prisão em flagrante dos dois casais Pedro Henrique Lopes, 19 anos, e Débora Barões, 18 anos; e Jair da Silva, 31 anos, e Waldineia Oliveira Candido, 28 anos.
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