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“Queremos colocar por terra os que dizem que o Governo Federal é genocida”, diz líder Paresi em evento com Bolsonaro

Da Redação - Isabela Mercuri

O líder da etnia Paresi e porta-voz do grupo de indígenas agricultores, Arnaldo Zunizakae, defendeu o Governo Federal durante seu discurso em evento em Cuiabá com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O cacique afirmou que queria “colocar por terra” os que chamam o presidente de genocida, e argumentou que Bolsonaro recebeu “harmoniosamente” 300 índios no Palácio do Planalto. Para Arnaldo, esta é a relação que deve-se ter com os povos originários.

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“Precisamos mostrar para o mundo e para aqueles que nos atacam que nós estamos vivendo um ambiente de construção, queremos colocar por terra os que dizem que o Governo Federal é genocida. A prova viva aconteceu na semana passada em Brasília, onde levamos 300 índios que harmoniosamente foram recebidos, colocadas suas demandas para o presidente. É esse ambiente que queremos construir, é nesse ambiente que colocamos nossa necessidade de discutir a questão fundiária, questão de turismo, questão de preservação cultural, etnodesenvolvimento, e isso esse governo tem trazido para nós, esse espaço de diálogo”, defendeu o cacique.

O Governo Federal entregou, nesta quinta-feira (19), 42 equipamentos agrícolas a comunidades indígenas, em Cuiabá (MT). A ação marcou o encerramento do Seminário Regional Política de Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade, promovido pela Secretaria de Governo da Presidência da República (SeGov) em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Ao todo, foram entregues 14 tratores, 14 grades aradoras e 14 carretas agrícolas às comunidades indígenas, somando um investimento de cerca de R$ 2,6 milhões, segundo a SeGov. Também está prevista a capacitação dos agricultores indígenas que irão operar as máquinas. O encontro teve a finalidade de impulsionar a produção sustentável nas aldeias.

O líder paresi, em seu discurso, ainda fez uma provocação para as Organizações Não Governamentais (ONGs): “Nós não temos representante de ONG preocupado com a nossa causa, nós estamos aqui lutando para sobreviver, e cadê eles que dizem que gostam dos índios, que defendem os índios? Porque que não sentam conosco para discutir nossa problemática, ouvir nossos anseios, as nossas demandas”, questionou.

Arnaldo agradeceu pelos equipamentos recebidos do Governo Federal e afirmou que eles serão necessários para que os indígenas comecem a produzir seu próprio alimento e não precisem mais de bolsa-família. “Não peçam cartão de auxílio, não peçam bolsa-família, peçam condições de trabalhar. Trabalhando e produzindo dentro das nossas terras, respeitando a questão ambiental, a questão cultural, social, respeitando a legislação, vocês vão buscar a tão sonhada autonomia e vão fortalecer as suas culturas, suas tradições, porque dessa forma as aldeias vão ser atraentes para os jovens, vai ter internet, vai ter água tratada, tudo aquilo que eles buscam hoje na cidade, vamos permanecer dentro do nosso território, vamos trabalhar dentro dela, vamos lutar para usar nossa terra de maneira responsável para que a gente possa produzir. A proposta que esse governo nos traz é de libertação através do trabalho, não de libertação através de um cartão”, defendeu.
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