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Advogado de Cuiabá que ficava com dinheiro da ação de clientes foi extorquido pelo próprio irmão e PM

Da Redação - Wesley Santiago

O advogado que se apropriou de valores recebidos em ações judiciais e que foi indiciado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá, foi extorquido pelo próprio irmão, que é bacharel em direito e descobriu o esquema operado por ele. Com a ajuda de um policial militar, ele exigiu parte do dinheiro dos golpes e formou um grupo com outros profissionais do Direito para também lucrar com o esquema.

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No grupo que se associou para extorquir o golpista estavam: um bacharel em direito e irmão do advogado que vinha sendo investigado; um policial militar, para negociar os valores das ações judiciais recebidas pelo profissional; a ex-namorada do servidor público e cinco advogados.
 
O grupo utilizou recibos e procurações falsas, passando-se por representantes ou procuradores das vítimas, a fim de ludibriar o advogado que era investigado pela Derf por apropriação indébita. Com os documentos, eles passaram a extorquir o advogado caso ele não passasse uma parte do que havia se apropriado das vítimas.
 
Um dos suspeitos identificado nas investigações utilizava, indevidamente, do acesso restrito ao sistema da Polícia Militar para obter e repassar informações aos seus comparsas. Ele verificava se as vítimas (autoras das ações judiciais) possuíam antecedentes criminais ou dados que auxiliassem na identificação e falsificação dos seus documentos, que depois eram inseridos nas procurações.
 
O policial e o bacharel, a fim de obter as vantagens econômicas ilicitamente, procuraram cinco advogados. O bacharel relatou que a fraude teve início depois de saber dos clientes de seu irmão que não haviam recebido os valores das ações judiciais. Desta forma, ele se associou ao servidor público para a execução dos valores, quando então procuraram os cinco advogados para atuar nas cobranças extrajudiciais das indenizações.
 
Depois, o grupo dividia entre si o dinheiro oriundo das ações. Os advogados recebiam os valores, que depois eram repassados ao funcionário público e ao bacharel em direito, que descontavam os honorários dos profissionais e depois dividiam entre si a maior parte.

O esquema

O advogado ia a bairros nos arredores da Capital e cooptava clientes para ingressar com ações por danos morais contra empresas de telefonia, de TV por assinatura, serviços públicos de energia e saneamento, bancos, entre outros. 

Após ajuizar as ações na Comarca de Cuiabá, algumas sem o consentimento das vítimas, o advogado não repassava os valores recebidos nas indenizações, apropriando-se indevidamente do dinheiro e desaparecia, trocando o número telefônico a fim de dificultar sua localização.

Em depoimento ao delegado responsável pela investigação, o profissional confessou ter recebido os valores das ações e afirmou que alguns parte das indenizações foram repassados diretamente para as vítimas.

Conclusão de inquérito
 
Com a conclusão do inquérito, o advogado das vítimas foi indiciado por apropriação indébita e estelionato.
 
O policial militar vai responder por associação criminosa, extorsão, falsificação de documento, uso de documentos falsos e violação de sigilo funcional.
 
Já os demais do grupo responderão por associação criminosa, extorsão, falsificação de documentos e uso de documentos falsos.
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