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Kardec diz que proposta de tirar MT da Amazônia Legal é eleitoreira ou “oportunismo empresarial”

Da Redação - Isabela Mercuri

O deputado estadual Alan Kardec (PDT) se posicionou contrário ao Projeto de Lei que visa tirar Mato Grosso da Amazônia Legal, disse que a proposta é “eleitoreira” ou no máximo um “oportunismo empresarial”. Segundo o parlamentar, é preciso lutar contra este projeto principalmente pela causa ambiental.

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Kardec citou, por exemplo, que Mato Grosso tem em suas terras afluentes que correm para o Amazonas, como Teles Pires, Tapajós e Araguaia, e que precisam ser protegidos. “É uma responsabilidade ambiental, uma responsabilidade histórica de manutenção de Mato Grosso nesse bioma. A gente sabe que muitas áreas do Centro Norte já foram antropizadas pelo agronegócio, elas foram antropizadas pela lavoura, mas temos muitas áreas degradadas que podem ser utilizadas na condição de agro e não atacar a floresta em pé”, argumentou.

Áreas antropizadas são aquelas cujas características originais foram alteradas. As alterações podem ser no solo, na vegetação, relevo, etc. “A gente quer manutenção da floresta em pé, manutenção dos nossos povos da floresta e a manutenção Mato Grosso na Amazônia Legal”, completou o parlamentar.

Para o deputado, é até possível tirar Mato Grosso da Amazônia no papel, mas não se tira a Amazônia de Mato Grosso. “É uma incoerência tamanha, exclusivamente eleitoreira ou no máximo uma questão de oportunismo empresarial. A gente não vai aceitar, esse debate vai ser acalorado aqui e o PDT tem posição firmada com relação a isso e a gente com certeza vai ganhar esse debate”, finalizou.

O projeto
 
O autor do projeto na Câmara dos Deputados, deputado federal Juarez Costa (MDB), defendeu sua ideia afirmando que, caso MT saia da Amazônia Legal, o estado irá gerar mais emprego e renda. Atualmente, na área reconhecida como Amazônia Legal, os produtores porem explorar 20% de suas terras, deixando 80% para a chamada “reserva legal”.
 
Todo o estado de Mato Grosso foi integrado à Amazônia Legal em 1977, por meio da Lei Complementar nº 31. Segundo Juarez, isso dificultou a produção agropecuária do estado. A proposta de retirada já foi apresentada ao vice-presidente Hamilton Mourão, e também ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que já encaminhou o projeto às comissões da Câmara dos Deputados. O relator do PL é o deputado federal Neri Geller (PP).
 
Na última sexta-feira (4), Mourão havia se pronunciado contrário ao PL, afirmando que já havia “muita área a ser explorada” no estado. Para Juarez, a quantidade ainda é pouca e Mato Grosso perde com isso. O ex-ministro Blairo Maggi (PP) afirmou que há benefícios no projeto, mas que não acredita que ele mudará a quantidade que pode ser explorada.
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