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PT conversa com Neri para possível aliança, mas coloca palanque para Lula como principal condição

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Airton Marques

O grupo formado pelo PT, PV e PCdoB se reuniu na tarde da última terça-feira (22) com o deputado federal Neri Geller (PP) para uma conversa sobre possível aliança e apoio na candidatura de Geller ao Senado. A condição imposta para este apoio, no entanto, foi que o pré-candidato esteja somente no palanque do ex-presidente e pré-candidato Lula (PT). De acordo com o presidente do PT em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, Neri ainda não deu uma resposta.

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“Obviamente, ele está trabalhando no intuito de ser o candidato do Mauro, então se ele for o candidato do Mauro, nas condições dele, ele não precisa de nós. Mas se ele realmente for rechaçado lá e ele precisar de nós, ele vai ter que se definir. Porque o candidato do Mauro sendo Wellington, claramente é bolsonarista. Então os demais votos dos demais eleitores do estado de Mato Grosso que não são bolsonaristas, e são muitos – basta ver aqui na baixada onde Lula já empatou em Cuiabá, passou na frente em VG – vão ficar órfãos. Ou ele abraça, ou nós teremos uma candidatura do PT, PV ou PCdoB”, explicou Barranco nesta quarta-feira (23).

O grupo do PT tem buscado alianças para lançar nomes fortes às majoritárias. Por outro lado, Geller, que já tem sua candidatura ao Senado confirmada, ainda não sabe se terá ou não o apoio do governador Mauro Mendes (UNIÃO). As últimas reuniões do grupo de Neri com o do governador se mostraram infrutíferas, visto que Mendes pretende deixar a sua própria decisão acerca da candidatura a reeleição somente para o final do prazo eleitoral.

Mauro tem conversado com o principal adversário de Neri na busca ao Senado, o atual senador Wellington Fagundes (PL), e também com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Vale lembrar que o PL é o partido do presidente Bolsonaro, e estar ao lado de Wellington leva o governador também ao palanque do presidente.

Se o apoio de Mauro a Wellington realmente se confirmar, Neri ficaria sem candidato ao governo na chapa. É aí que entra o interesse do grupo do PT – que, no entanto, também não decidiu quem será seu próprio candidato ao Governo do Estado, mas que sinalizou uma possível conversa com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), rival político de Mauro.

“Neri disse que eles tiveram um problema nessa relação com o Mauro, eles vinham construindo uma candidatura ao Senado com essa decisão de ser um candidato do grupo do Mauro para o Senado, no entanto isso não tem se concretizado, o Mauro tem se aproximado cada vez mais do Wellington e isso tem afastado essa candidatura deles”, explicou Barranco.

Segundo o presidente do PT, caso Neri não aceite a condição de apoiar o presidente Lula, o grupo deve apresentar um candidato próprio, e uma das opções é a ex-reitora da UFMT Maria Lucia Cavalli Neder, que já foi candidata ao Senado e a suplente.

Governo do Estado

Em relação ao Governo do Estado, o grupo do PT busca conversar com o prefeito Emanuel Pinheiro. A condição, no entanto, é a mesma do Senado: apoio e palanque a Lula. “Obviamente que nós, se decidirmos apoiá-lo, se ele tiver essa decisão de renunciar ao mandato para concorrer, acho que é muito simbólico, porque é uma decisão que não é fácil. Nós, antes disso, vamos acordar também que nós não queremos apoiar um candidato que vá concorrer numa campanha difícil contra o Mauro e que não se decida em ser o principal nome do Lula em Mato Grosso”.

Barranco afirmou que o grupo também precisa conversar com o presidente do MDB, Carlos Bezerra. Na última terça-feira (22), Bezerra disse que não havia espaço para Lula no palanque do MDB porque o partido tinha candidatura própria à presidência da República, da senadora Simone Tebet. Para o presidente do PT em Mato Grosso, a candidatura dela não será viabilizada.
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