Imprimir

Notícias / Cidades

Alvo de ameaças e ofensas, prefeita diz ter sido vítima de machismo: "se fosse um homem não teria feito isso"

Da Redação - Michael Esquer

A prefeita de Cáceres (219 km de Cuiabá), Antônia Eliene Liberato Dias (PSB), disse, nesta quarta-feira (15), que as ameaças e ofensas das quais foi alvo nos últimos meses foram machistas. A declaração foi feita após a parlamentar ter recebido medida cautelar da Justiça contra um homem que ela acusa de tê-la ameaçado e ofendido com palavras de baixo calão. 

Leia também:
Prefeita de MT recebe medida cautelar impedindo aproximação de investigado por ameaças e ofensas

Ao Olhar Direto, a chefe do Executivo Municipal disse que estava sendo alvo das agressões verbais há cerca de três meses. No início deste mês, porém, foi quando ela decidiu procurar a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) para formalizar a denúncia. 

“Muitas ofensas, violência, ameaçou me moer no pau. [...] não foi fácil. Duvido se fosse um prefeito, se fosse um homem, ele teria feito isso. Isso é machismo, não me aceitar por eu ser mulher, achar que com ataque eu ia me intimidar”, argumentou. 

Ainda conforme Antônia, o acusado disse que iria tirá-la da cadeira de prefeita de qualquer jeito. Sobre a decisão do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, que proibiu o investigado de se aproximar dela e seus familiares, a prefeita disse que a expectativa é de que a justiça seja feita.

“Eu preciso de paz, era toda hora, mesmo quando eu bloqueei ele, ele ficou mandando para os meus amigos. Quem sabe agora eu tenho um pouco de paz para trabalhar”, finalizou.  

O caso

O Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso expediu, nesta quarta-feira (15), diversas medidas cautelares em favor da prefeita de Cáceres e contra um homem, não identificado, de 57 anos de idade, acusado de ofender e ameaçar de agressão a chefe do Executivo Municipal. 

Antônia fez a denúncia no início deste mês. Na ocasião, ela procurou a DEDM para relatar que vinha sofrendo ataques pessoais por meio de mensagens no aplicativo Whatsapp, inclusive em grupos. Nas mensagens, o investigado desferiu diversas ofensas e palavras de baixo calão.

Em um dos envios, ao qual a reportagem teve acesso, o homem chega a dizer que iria “moer ela no cacete”, se referindo à prefeita. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, diante dos fatos, a delegada Paula Gomes Araújo, representou pela aplicação de medidas cautelares diversas da prisão contra o suspeito.

A solicitação foi deferida pela Justiça. Entre as medidas está, por exemplo, a proibição de frequentar o local de trabalho da vítima, na Prefeitura Municipal, assim como a proibição de se aproximar da prefeita e seus familiares.

Em caso de descumprimento das medidas, o investigado pode ser preso. Neste momento, a DEDM de Cáceres segue com o inquérito policial para apuração e conclusão do caso. 
Imprimir