A dona de casa Danilia Ferreira, de 19 anos, registrou um boletim de ocorrência acusando o Hospital Municipal de Vila Rica (a 1.270 km de Cuiabá) de negligência médica após o filho dela, de 22 dias, morrer na unidade de saúde na terça-feira (5). Danilia afirma que foi mal atendida pelo médico que estava no plantão e que ele a todo momento permaneceu jogando em um tablet.
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Ela procurou o hospital pela primeira vez no último domingo (3), quando o filho começou a ter enjoos. O menino recebeu uma injeção e Danilia foi orientada a voltar para casa. Horas depois, voltou a unidade de saúde ao perceber que o bebê estava com dificuldade para respirar.
"Ele me atendeu só que jogando no tablet, não deu a mínima para mim, perguntou se o neném tinha febre, falei que não. Ele falou que era normal, que poderia dar o tanto de comida que ele quisesse, falei que não estava normal, mas ele falou que aplicaria uma injeção para o vômito. Deu uma receita para comprar dois medicamentos e falou para ir para casa. Não atendeu direito, só ficou jogando", lamenta.
Nessa sexta-feira (8), a Polícia Civil de Vila Rica pediu a exumação do corpo da criança para que a causa da morte seja constatada. Após o resultado do exame realizado pela Politec, o delegado Diogo Jobane, responsável pelo inquérito, deve ouvir os funcionários do hospital.
O delegado explicou que a exumação requerida à Justiça é necessária, uma vez que o corpo do bebê foi liberado pelo hospital sem que fosse realizado o exame de necropsia. Danilia lamentou ter que ver o filho passar pela exumação após ser vítima de negligência médica.
"Ficar em casa sentindo falta do meu filho não é bom, não. Ficar olhando as coisas dele. É ruim, um filho morto mãe nenhuma esquece. Foram 9 meses com ele na barriga, indo em pré-natal. Meu filho nasceu muito bem".
Ela explicou que a criança nasceu com problemas respiratórios e chegou a precisar de oxigêncio. Danilia teria contado a experiência para o médico, mas alega que ele teria permanecido apenas olhando para o tablet.
"Se vocês tiverem dinheiro para ir ganhar o filho de vocês em outro lugar, aqui em Vila Rica está muito dificil mesmo", alertou a jovem.
Mulher teve bexiga perfurada
Uma mulher, que prefere não ser identificada, teve a bexiga perfurada durante o parto no Hospital Municipal de Vila Rica.
Ela chegou a ter uma hemorragia. O bebê nasceu com dificuldades para respirar e morreu três dias após o nascimento.
A reportagem do
Olhar Direto procurou assessoria de imprensa da Prefeitura de Vila Rica, que ainda não se posicionou sobre os casos.