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‘Pecha de traidor não vai servir para nós’, diz Neri sobre ruptura com Mauro e eventual candidatura de Fávaro

Da Redação - Airton Marques

Construindo uma chapa de oposição a Mauro Mendes (União), o pré-candidato ao Senado Neri Geller (PP) tratou de afastar a pecha de traição ao governador. É que desde que o senador Carlos Fávaro (PSD) admitiu que pode disputar o Paiaguás, muitos estranharam a disposição de enfrentar o chefe do Executivo estadual, que até então era apoiado pelo grupo e teve participação primordial para a eleição do parlamentar na eleição suplementar em 2020.

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De acordo com Neri, não há de se falar sobre traição, uma vez que Fávaro e ele sempre agiram de forma leal, ajudando Mauro a administrar Mato Grosso, garantindo recursos importantes da União para o Estado.

“Quem foi 100% leal ao governo fomos nós, temos moral para falar isso. Nunca fiz uma crítica ao governo. Apanhei sozinho, fiquei quieto e procurei meu caminho, pois faz parte da democracia. Estava com ele por opção. Traição da nossa parte não existe. Temos 100% de lealdade. Sobre traição, essa pecha não vai servir para nós”, declarou, nesta segunda-feira (18).

“Olha o que Fávaro fez para o Estado, só a emenda do Auxílio Emergencial, trouxa mais de R$1,4 bilhão. O estado deve muito a atuação da bancada federal e Fávaro foi extremamente importante, como eu fui. A ferrovia quem ajudou a trazer fomos nós, a renegociação da dívida do estado também. Quem trouxe dinheiro pra ele no primeiro ano, quando não tinha dinheiro pra pagar o repasse constitucional dos municípios (11 meses que estava atrasado) fomos nós”, completou.

A ruptura do grupo de Neri e Fávaro com o governo foi inevitável diante das movimentações eleitorais dos últimos meses. Com apoio do PP, PSD e MDB, Neri esperava ter apoio de Mauro em seu projeto ao Senado. O governador, no entanto, deu aceno ao bolsonarismo e se aproximou ao senador Wellington Fagundes (PL), candidato à reeleição.

Nas últimas semanas, Neri conseguiu fechar composição com a chapa presidencial formada por Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), sacramentando aliança com a federação formada por PT, PV e PCdoB, afastando de vez as chances de estar no mesmo palanque que Mauro.

Após reunião com Lula e Alckmin em Brasília, Fávaro foi convidado a disputar o governo no palanque do ex-presidente petista. De acordo com Neri, a candidatura não está confirmada, faltando mais diálogo com grupos aliados.

“O que tem de concreto é uma discussão de governo, agora com a vinda do PDT, nós vamos sentar. Existe a possibilidade do Fávaro e existia a possibilidade do Percival. É uma discussão que ainda está se movimentando, declarou.

“Fávaro está, de certa forma, animado. Não é (discussão) de enfrentamento ao governo do estado, que ajudamos a construir. Nós não vamos sair batendo”, concluiu.
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