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Mauro mantém diplomacia, mas lembra que foi responsável por eleger Fávaro e que “até ontem Neri era Bolsonaro”

Da Redação - Érika Oliveira

O governador Mauro Mendes (UNIÃO) segue mantendo a diplomacia ao comentar a cada vez mais evidente ruptura entre ele e o senador Carlos Fávaro (PSD) e o deputado federal Neri Geller (PP), mas já começa a dar indícios de qual deverá ser o tom da campanha caso se confirme a saída dos aliados de sua base. Em entrevista à Rádio CBN de Cuiabá nesta quarta-feira (20), Mendes “lembrou” que Fávaro chegou ao cargo de senador graças a sua interferência e alfinetou ainda a “mudança de lado” de Neri, ao se aliar ao PT.

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“Em 2018 quando eu concorri ao Governo do Estado eu tinha o senador Jayme e o senador Fávaro comigo. Em algum momento quando apareceu na pesquisa que ele estava em 8º lugar, eu animei ele, motivei e ele acabou chegando em 3º. Depois a Selma foi cassada e nunca na historia do Brasil um terceiro lugar conseguiu assumir. Nós fomos até o Supremo, conseguimos adiar a eleição para ele ter mais tempo na cadeira para mostrar serviço, o Pivetta seria candidato e ele [Fávaro] teria mais dificuldade com nossa base, eu convenci o Pivetta a não sair, enfim, fizemos uma série de movimentos para ajudar ele a chegar a esse cargo. Mas é a consciência dele”, disse o governador.

Apesar da declaração, Mauro reafirmou que irá aguardar a ratificação de todas essas articulações – principalmente a que pode tornar Fávaro seu concorrente na disputa pelo Governo do Estado – para julgar de fato a atitude do amigo.

Fávaro foi convidado pelo ex-presidente Lula (PT), pré-candidato à Presidência da República, para ser o candidato da “esquerda” ao Governo do Estado em Mato Grosso. Em entrevistas, o senador afirmou que “se for da vontade de Deus” ele seguirá este caminho, mas nem ele, nem a federação PT-PV-PCdoB ‘bateram o martelo’ sobre a candidatura.

Com relação a Neri, assim como outros membros da base governista, Mauro demonstrou esperança em ainda tê-lo em seu palanque. Apesar de o progressista já ter confirmado sua aliança com a esquerda no Estado e a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV) como sua suplente, o governador afirmou que o espaço para candidatura ao Senado em seu grupo segue aberto.

Mauro classificou as movimentações como “fofoca”, mas assim como fez em relação a Fávaro, aproveitou a entrevista para alfinetar a “mudança de lado” de Neri.

“Ele tomou esse rumo, deixou de apoiar o campo bolsonarista que até ontem ele sempre esteve mais presente, passou pro lado do PT, pro lado do prefeito Emanuel Pinheiro – a gente ouve ai na imprensa que a primeira-dama Marcia será suplente dele. Mas tudo isso ainda está no campo da fofoca, ne?!”, pontuou.
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