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Grupo pró-Bolsonaro em MT quer parar de chamar Lula de corrupto, evitar brigas no WhatsApp e apresentar propostas

Da Redação - Isabela Mercuri / Do Local - Érika Oliveira

Políticos apoiadores da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na manhã desta quinta-feira (13) na sede do União Brasil para traçar novas estratégias de campanha. Com a liderança do governador Mauro Mendes (UNIÃO), o grupo concordou em mudar o discurso, parar de focar em xingamentos ao ex-presidente Lula (PT), com falas sobre corrupção, e diminuir as “brigas” no WhatsApp para ir às ruas falar sobre as propostas do presidente para a próxima gestão.

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Mauro foi um dos que endossaram a necessidade de uma nova postura. Segundo ele, campanha “não se faz no zap zap”, e é preciso também mudar a abordagem. “Alguns argumentos que estão se usando por aí, já mostraram-se ineficientes para reverter a cabeça de uma parte da população brasileira que está acreditando que uma guinada à esquerda, uma volta ao passado pode representar um bom caminho para o presente, para o futuro”, afirmou.

O governador afirmou que é possível aumentar a porcentagem de votos de Bolsonaro em Mato Grosso para de 65% a 70%, e para isso é preciso falar sobre economia e sobre a recessão pela qual Europa e Estados Unidos passam.

“Quem tiver maior capacidade de levar as pessoas pra votar, motivar, fazer com que haja um engajamento, uma compreensão [vai ganhar]. Muito além de se fazer aquelas acusações como assisti em um programa eleitoral... o programa não, algumas inserções que eu vi, não gostei porque está um festival de acusação, no rádio parece que está valendo tudo. Os problemas do Brasil não estão sendo discutidos”, lamentou.

A sede do União Brasil será usada como QG de campanha para Bolsonaro, e a nacional do partido, assim como a nacional do PL, enviarão materiais para serem distribuídos por todo o estado. Mauro incentivou todos a pedirem votos também no interior. “Duas semanas no segundo turno é muito mais do que 45 dias do primeiro turno. Porque só tem duas pessoas buscando. Então, é mais fácil argumentar, ouvir o argumento, é hora de ter argumento de qualidade, não adianta ficar repetindo chavão, ‘ah, Lula foi preso’, quem já tinha que ser convencido por isso, já foi. Porque todo mundo sabe disso no Brasil. Quem já usou esse argumento, não adianta repetir ele dez vezes, eu acho que ele não vai convencer, precisamos criar novos argumentos”, completou.

Ananias Filho (PL), ex-prefeito de Rondonópolis, foi ao evento representando Wellington Fagundes, que está em Portugal. Ele concordou com Mauro e afirmou que é possível levar mais 180 mil votos de Mato Grosso para Bolsonaro no segundo turno. “Nos argumentos para convencer não adianta mais falar que Lula tem 9 dedos, que os filhos dele estão envolvidos em alguma trama, fazermos essas alegações. O que está movimentando a campanha é falar de futuro, de economia e de segurança pública. São esses três itens que estão mostrando claramente que está tirando votos dos indecisos”, afirmou.

A deputada federal eleita Coronel Fernanda (PL) disse que o grupo entrará numa “grande guerra”, e citou que em evento com mulheres na quarta-feira (12) as incentivou a parar de brigar no WhatsApp. “Ontem foram definidas algumas regras para que a gente possa sair do WhatsApp, está proibido brigar por causa de WhatsApp, falar, agora vamos divulgar propostas. As propostas do nosso presidente. As mulheres formaram grupos para andar nos bairros, igrejas, para falar do presidente, principalmente nos bairros periféricos”.

Também deputado federal eleito, Abilio Junior (PL) concordou que falar sobre corrupção não adianta mais. “Se adiantasse, eu era prefeito. Falei muito sobre corrupção na Prefeitura de Cuiabá, e infelizmente muitos negligenciam a questão de corrupção em prol de interesses pessoais, seja emprego, gasolina, o que for. Temos que usar uma estratégia diferente”, defendeu.

Diego Guimarães (Republicanos), eleito deputado estadual, orientou os colegas a irem aos locais onde pediram votos para agradecer e também pedir novamente para o presidente. Coronel Assis (UNIÃO), deputado federal eleito, afirmou ser necessário ir para várias regiões “falar para a peonada” e buscar o voto dos que se abstiveram, mas “com muito respeito e argumento positivo”.

Valmir Moretto (Republicanos), deputado estadual reeleito, concordou que é preciso falar com os “mais simples”, porque eles podem convencer outras pessoas. “Temos que conversar com o mais simples, ele é o que tem outro simples como ele para convencer e mudar o voto, porque ele sabe mais que nós onde está o voto que ele pode convencer. Se nós convencermos um, esse um convencer o próximo que ele identifica melhor”, disse.

Reinaldo Morais (PL), conhecido como ‘rei do porco’, afirmou que irá se reunir com grupo de influenciadores em São Paulo, e citou o vídeo em que Bolsonaro pede perdão pela maneira que muitas vezes se expressa. “A partir de agora vamos ter esse material feito individualmente para a gente poder compartilhar com todos. (...) Muito importante envolvermos os padres e pastores. Precisamos falar com os mais humildes, os que mais precisam, para que possam entender pelo que estamos passando”, completou.
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