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Maria Lúcia diz que antropologia explica votos em Bolsonaro: “raízes da cultura brasileira são forjadas no coronelismo”

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Érika Oliveira

A ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), professora Maria Lucia Cavalli Neder (PCdoB), afirmou que o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser explicado pela antropologia. Segundo ela, as raízes da cultura brasileira são forjadas no coronelismo, além de ser colonialista, escravista e patriarcal, e por isso há pessoas que “apesar de todos os absurdos”, ainda “endeusam” Bolsonaro e o chamam de ‘mito’.

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“A questão do desrespeito ao trabalhador... porque todo mundo que emprega acha que o empregado é propriedade dele. Isso é mentalidade cultural, você não muda. São 500 anos de reforço permanente nas escolas, na família, na mídia, nas igrejas. Todas essas entidades são responsáveis por você estar sempre reproduzindo essa raiz cultural. Você não tira do povo”, argumentou.

Maria Lúcia foi candidata a suplente de senador na chapa de Neri Geller (PP), que saiu derrotado das eleições deste ano. Ela tem participado ativamente da campanha pela eleição do ex-presidente Lula (PT), e se reuniu na última quarta-feira (26) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) junto a outras lideranças políticas para apresentar à imprensa uma carta de “juristas progressistas com Lula”.

Em entrevista, ela afirmou que o racismo e o ódio ao diferente é da “raiz cultural brasileira”. “Aqui vou pôr uma coisa muito minha, pessoal: Essa mentalidade estava no esgoto, presa. Precisou vir um capiroto para retirar da catacumba aquilo que nós temos de mais podre, que é a misoginia, o racismo, o fascismo. É isso que acontece”, disse.

Por outro lado, Maria Lucia afirmou que esta mentalidade é da minoria da população. “Felizmente é a minoria do povo brasileiro. Porque vamos vencer porque o povo brasileiro sabe o que significa democracia, o que significa combate à fome, combate ao racismo, ao fascismo, a soberania nacional, a defesa da soberania. Felizmente temos a maioria, mas tem uma grande força no Brasil que estava escondida nas catacumbas e ressurgiu. É só a gente analisar com profundidade”, concluiu.
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