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“Retóricas sem cabimento”, garante senador sobre invasão de terras, restrição ao uso de defensivos e demarcação

Da Redação - Érika Oliveira

O senador Carlos Fávaro (PSD), que integra a equipe de transição do Governo Lula-Alckmin, reafirmou o compromisso da futura administração a frente do Governo Federal com pautas que se tornaram verdadeiros “fantasmas” durante a campanha eleitoral, como a invasão de propriedades privadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o freio ao uso de defensivos agrícolas e a demarcação de terras indígenas. Segundo o parlamentar, os temas não passam de uma “retórica sem cabimento” utilizada para manipular a opinião pública.

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“Essa é uma retorica que tentam colar no presidente Lula, mas que não se mostra verdadeira. É uma retorica dos anos 80, quando tínhamos insegurança jurídica, insegurança em relação a posse das propriedades, taxação de exportação. As pessoas parecem que se esquecem que o Lula já foi presidente e não fez nada disso, ao contrário, ele trouxe essa segurança. A questão dos defensivos, por exemplo, será tocada do ponto de vista da ciência, do respeito a sustentabilidade. Outra coisa, não há o menor risco de se ter algum tipo de incentivo a invasão de terra. O presidente Lula já disse isso diversas vezes. Até porque, tá respaldado por lei: terra invadida não é passível de reforma agrária, a justiça manda fazer a reintegração e o estado tem que cumprir imediatamente. São retoricas sem cabimento. Até porque o MST já vive um novo momento, está qualificando, capacitando seus assentados pra produção orgânica, o cooperativismo... A demarcação é um assunto relevante e que preocupa tanto o agronegócio como nossos irmãos indígenas. Esse assunto está judicializado, o Supremo deve se posicionar com relação ao Marco Temporal, e nós vamos cumprir a lei”, disse o senador, em entrevista à CNN na manhã desta quinta-feira (10).

Fávaro, que coordenou a campanha de Lula em Mato Grosso, agora integra a equipe de coordenadores da setorial “agro” da transição. Ele também é um dos representantes do PSD junto ao novo Governo. Há, ainda, expectativa em relação ao seu nome para ocupar eventualmente o Ministério da Agricultura no governo Lula.

Na última semana, a Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso, que já foi presidida por Fávaro e hoje atua como um braço do bolsonarismo no Estado, emitiu nota rejeitando o senador como interlocutor do setor em Brasília.

À CNN, Fávaro disse ter “tranquilidade” em relação à adesão do setor ao novo Governo e ao que ele chamou de “retomada de consciência” dos assuntos que são de fato importantes para o País.

“Eu não tenho dúvida que, de forma muito consciente, os produtores, as entidades representativas, não questionam a capacidade que o presidente Lula tem de ser o grande alavancador da agropecuária brasileira. Quando o presidente Lula assumiu pela primeira vez, em 2003, o Brasil produzia 20 milhões de toneladas, e a partir daí nós vivíamos uma crise de endividamento. Ele fez então uma medida provisória repactuando a dívida dos produtores em até 20 anos, R$ 85 bilhões. Criou o CTNBio pra regular os transgênicos no Brasil, pra trazer segurança pro consumo humano, mas também pro meio ambiente e agregando ganho de produtividade. Fez investimentos no moderfrota, no mais alimentos, e o pequeno e o médio pôde comprar equipamentos, máquinas pra modernizar sua propriedade, com juros de 2,5% ao ano. Investiu em plano Safra, apoio a especialização, infraestrutura. Ele iniciou o debate em torno do Código Florestal, o que trouxe segurança jurídica, ambiental. Atendeu aos anseios dos produtores e dos ambientalistas, porque não dá para desconectar as duas coisas, abriu mercados internacionais. Nós saímos dos 20 milhões de toneladas para 300 milhões de toneladas hoje. Essa é a mensagem que nós vamos dizer. O bom produtor será respeitado”, disse.
 
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