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Polícia diz que conduta de delegado que arrombou porta de casa no Florais dos Lagos será apurada

Da Redação - Bruna Barbosa

A Polícia Civil informou que o delegado de Sorriso (a 420 km de Cuiabá), Bruno França, entrou no condomínio de alto padrão Florais dos Lagos, em Cuiabá, na noite dessa segunda-feira (28), após uma das moradoras, de 41 anos, descumprir medida protetiva em relação ao enteado dele, de 13. 

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Ao Olhar Direto, o delegado explicou que a medida protetiva foi solicitada à Justiça após seu enteado ter sido acusado de agredir o filho do outro casal no condomínio Alphaville, também na Capital. Bruno negou que o enteado tenha participado das agressões.

No entanto, a família de Bruno solicitou a medida protetiva e a mulher não podia se aproximar do adolescente. Na noite dessa segunda-feira (28), o menor esteve no condomínio Florais dos Lagos, quando teria sido ameaçado pela suspeita e um segurança. 

"O filho deles realmente foi agredido, pegamos as imagens e meu enteado não participou. Ontem conversando com o marido da mulher que foi presa, ele confirmou que o menino não participou, mas que eles brigavam de vez em quando. Como a perseguição não parava, assim como a de ontem, pedimos medida preventiva, que foi deferida". 

O advogado Rodrigo Pouso, que representa a mulher presa, disse que ela se mudou do Alphaville após o episódio de agressões e ameaças.  A Corregedoria da Polícia Civil informou que já tomou conhecimento e vai apurar a conduta do delegado. A coorporação afirmou, também, que a entrada do delegado no condomínio para efetuar a prisão foi ensejada pelo descumprimento da medida protetiva. 

O caso

A confusão aconteceu porque o enteado do delegado Bruno França e outros dois adolescentes teriam - segundo a mulher que foi presa -  batido em outro garoto dentro do condomínio Alphaville há algum tempo. Depois da briga entre os adolescentes, a família do garoto que apanhou se mudou para outro condomínio, o Florais. 

Na segunda-feira (28), então, o enteado de Bruno França foi até o Florais, e depois de ver a mãe do outro garoto caminhando com o marido, ligou para o padrasto, que foi até o local. Já a versão de Bruno é de que a mulher ameaçou seu enteado. 

O delegado, então, invadiu a casa da mulher, acompanhado de policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), para prender a mãe dele. Segundo o advogado da mulher, ele não tinha mandado de prisão para tal.

Câmera registrou ação de delegado e GOE

Um dos vídeos mostra o momento em que o delegado chega no local e começa a bater na porta. Em seguida, é possível ouvir um barulho alto e Bruno entra na casa com os policiais do GOE. Exaltado, ele se apresenta como policial civil e manda a família deitar no chão. 

A mulher estava com a filha, de quatro anos, que começa a chorar ao ver a cena. O marido dela ainda pede para que o delegado tenha calma. Bruno xinga a mulher de "filha da puta" e pergunta se ela não sabe sobre a medida protetiva, que a proíbe de chegar perto do adolescente. 

"Olha para mim, da próxima vez que ela chegar perto do meu filho, vou explodir a cabeça dessa filha da puta", diz o delegado. 

A filha do casal continua chorando durante a abordagem. Os policiais do GOE que acompanhavam a prisão tentaram dialogar com a mulher, que foi levada para a Central de Flagrantes. 

Veja a nota da Polícia Civil na íntegra:

A Corregedoria da Polícia Civil já tomou conhecimento da conduta do delegado e vai apurar os fatos.

A Polícia Civil informa que a ação que ensejou a entrada do delegado na residência é referente ao descumprimento de uma determinação judicial em medida protetiva de urgência por parte da mulher de 41 anos em relação a um menor de idade, de 13 anos. 

A medida protetiva de urgência foi requerida ao adolescente dentro de uma investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
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