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Bancada legislativa de Mato Grosso tem uma mulher para cada 8 homens

Da Redação - Érika Oliveira

No Brasil, as mulheres só foram conquistar o direito de votar e de serem votadas em 1932. Em Mato Grosso, a eleição da primeira mulher ao Legislativo só ocorreu 26 anos depois. Até hoje, apenas 11,4% dos assentos na Assembleia Legislativa e no Congresso Federal, nas vagas que pertencem ao Estado, estão sendo ocupados por mulheres.

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Levantamento da União Inter-Parlamentar (UIP) trouxe que as eleições de 2022 colocaram um número recorde de mulheres no Congresso e nas assembleias estaduais. Ainda assim, a representação parlamentar feminina é inferior à média mundial. Ainda segundo o estudo, a taxa brasileira de participação das mulheres na Câmara e no Senado está próxima de índices registrados na Europa há quase três décadas.

No caso de Mato Grosso, apesar dos avanços, apenas 3 mulheres foram eleitas. Juntas, porém, elas registraram as maiores votações no Estado. Janaina Riva (MDB), reeleita para o cargo de deputada estadual, foi a mais votada entre todos os candidatos para a Assembleia Legislativa. Rosa Neide (PT), a mais votada entre todos os candidatos a deputada federal, terminou sem se eleger por conta do quociente partidário.

Eleitas por média, Amália Barros e Coronel Fernanda, ambas do PL, completam a nova bancada. Ao lado delas, Margareth Buzetti (PSD) foi alçada à função de senadora com a indicação de Carlos Fávaro (PSD) para o Ministério da Agricultura.

Em manifestação no Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil, em 24 de fevereiro, Buzetti destacou em comentário nas suas redes sociais. “Hoje somos a maioria do eleitorado brasileiro, mas ainda temos pouca representatividade. Que o dia de hoje sirva para lembrar que ainda há um longo caminho pela frente na luta pelos direitos da mulher”. No dia de hoje, a senadora voltou a dizer. “Como única senadora mulher do meu Estado e uma das poucas que ocupam uma cadeira no Congresso, quero dizer que continuarei sendo uma voz na defesa desse direito”.

A primeira eleição de uma mulher ao Legislativo em Mato Grosso foi quando a professora Oliva Enciso foi eleita deputada estadual. Depois, somente na Assembleia Legislativa, vieram Sarita Baracat (9ª Legislatura, 1979-1983); Thaís Bérgo Duarte Barbosa (11ª Legislatura, 1987-1991); Serys Marly Slhessarenko (12ª, 13ª e 14ª Legislaturas, 1991-2003); Malba Tânia Alves Varjão (12ª Legislatura, 1991-1995); Zilda Pereira Leite de Campos (13ª Legislatura, 1995-1999); Vera Lúcia Pereira Araújo, Verinha (15ª Legislatura, 2003-2007); Ana Carla Luz Borges Leal Muniz (15ª Legislatura, 2003-2007); Francisca Emilia Santana Nunes, Chica Nunes (16ª Legislatura, 2007-2011); professora Vilma Moreira dos Santos (16ª Legislatura, 2007-2011); Luciane Borba Azoia Bezerra (17ª Legislatura, 2011-2015); Aparecida Maria Borges Bezerra, Teté Bezerra (17ª Legislatura, 2011-2015) e Janaina Riva (2015-2019 e atual legislatura).

De todas as mulheres mencionadas acima, apenas três chegaram  a ocupar vagas na Mesa Diretora do Legislativo estadual: Zilda Pereira Leite, Chica Nunes e Janaína Riva.

“É dever de todas nós abrirmos caminho para que no futuro mais mulheres possam ocupar cada vez mais espaços de liderança. Mais do que receber homenagens, temos que ser presenteadas com respeito as nossas escolhas, a nossa liderança e à nossa luta que é diária e incansável”, frisou Janaina Riva nesta quarta-feira (8).

Na mesma linha, Coronel Fernanda cobrou “que este dia seja um lembrete de que ainda temos muito trabalho a fazer para alcançar a igualdade de gênero”.
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