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Secretário se irrita com rusga de deputados e critica politização: 'não tenho medo de ir na Assembleia'

Da Redação - Érika Oliveira / Do Local - Max Aguiar

As marcas deixadas pelas eleições de 2022 na relação entre deputados estaduais reeleitos e o secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, seguem rendendo. Nesta sexta-feira (31), após mais uma série de queixas do Legislativo, Figueiredo se irritou e criticou o que, em sua avaliação, se trata da antecipação da campanha política de 2024 – da qual ele garante que não irá participar.

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Entre outras queixas, na última quarta-feira (29), os deputados aprovaram requerimentos que cobram explicações do Estado quanto às mortes de crianças no interior do Estado, supostamente por negligência e omissão de atendimento. Além disso, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) reclamou pelo fato de Gilberto não ter comparecido a audiência pública realizada no dia anterior para debater o balancete financeiro e orçamentário da Secretaria Estadual de Saúde (SES) referente ao ano de 2022.

Na ocasião da audiência, Gilberto estava em Brasília tomando posse como membro titular da Comissão Fiscal do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

“Eu nunca faltei nenhuma audiência pública convocada pela Assembleia. Todas as vezes que fui convidado, com exceção desta, eu estive lá. Não tenho problema de ir na Assembleia, não tenho medo de ir lá. Eu enfrentei uma pandemia, a maior crise mundial, não posso ter medo de uma reunião. Não é um tribunal de inquisição. Eu não participei da última audiência pública porque a pauta era apreciação das contas do último quadrimestre do ano passado e eu não era o secretário. A secretária da época esteve lá para apresentar essas contas, hoje ela é secretária Executiva da SES, não mandamos qualquer um para a Assembleia. Então, não sei o porquê dessa reclamação. Eu estava licenciado, não estive secretário por oito meses, acho que as pessoas se esqueceram disso”, rebateu Gilberto.

A troca de farpas já vem há algum tempo. Em fevereiro, o governador Mauro Mendes (UNIÃO) saiu em defesa de seu secretário depois que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (UNIÃO), chegou a cobrar publicamente uma mudança de postura de Gilberto neste segundo mandato, pois para os parlamentares ele teria utilizado a Secretaria de Saúde para se projetar politicamente. Além disso, os deputados reclamavam que não eram atendidos pela Pasta.

Mauro pediu tempo aos parlamentares, mas destacou que as reclamações não podem seguir concentradas no que classificou como erros do passado.

Nos bastidores, o prolongamento da crise é visto como um “esquenta” das eleições de 2024. Gilberto, no entanto, garante que não será candidato. “Tem muita gente já fazendo palanque e campanha antecipada. Eu não sou candidato, não sei porque estão mirando em mim”, rebateu o secretário.

Gilberto, por fim, explicou que com relação às mortes registradas no interior do Estado e também na Santa Casa de Cuiabá, em que cinco bebês morreram devido à infecção por uma bactéria multirresistente chamada Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), os procedimentos administrativos pertinentes já foram adotados.

Por conta dos requerimentos aprovados na Casa de Leis, Gilberto terá de comparecer na Assembleia Legislativa no dia 4 de abril.

“Fiz tudo que podia fazer. Comuniquei o Conselho Regional de Medicina e abri as comissões internas. Agora, eu não sou médico. Apurem, vamos seguir os trâmites para saber se há exatamente alguma falha. No meu entendimento, estamos passíveis a isso todos os dias. Neste momento estamos recebendo crianças que vêm contaminadas com bactérias de outros hospitais, inclusive privados. Queriam que eu fosse na imprensa dar nomes? Eu não sou irresponsável. O que eu faço é o que a legislação determina”, pontuou o secretário.
 
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