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Mendes cita hipocrisia ambiental e detona AGU sobre parecer contra a Ferrogrão: 'inimigos do Brasil'

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Do local - Max Aguiar

O governador Mauro Mendes (UNIÃO) criticou neste sábado (27) parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que pode interferir de forma significativa sobre o futuro da Ferrogrão, ferrovia planejada para ligar Mato Grosso ao estado do Pará. Conforme Mendes, é “lamentável que exista essa hipocrisia ambiental no Brasil”. Processo em que o assunto é discutido será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo mês. 

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Na sexta-feira (26), a AGU ingressou com uma manifestação na Ação Direta de Inconstitucionalidade, em trâmite no STF, que aprecia pedido do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) relativo à construção da estrada de ferro. O empreendimento está previsto para ser implementado na área do Parque Nacional do Jamanxim. Na peça, a AGU pede pela procedência do pedido realizado pelo PSOL, impedindo alteração dos limites do parque.
 
Lamentando suposta “hipocrisia ambiental”, Mauro Mendes salientou que proteger o meio ambiente é uma ação necessária. Porém, criticou possíveis excessos. “É igual aquela história de proibir a Petrobras de pesquisar petróleo a mais de 300 quilômetros em alto mar porque poderia causar impacto em uma terra indígena. Se isso fosse verdade, nós teríamos que fechar o Brasil, porque a 300 quilômetros de todo lugar no Brasil tem uma reserva indígena”.
 
“Não dá para levar a sério um negócio desse. Não parece sério, não parece responsável. Parece que são os nossos inimigos do Brasil. A Ferrogrão é algo parecido. Parece que alguém quer ser contra a nossa logística, contra a nossa produtividade, nossa eficiência. Não quer deixar o agronegócio brasileiro, que a única atividade que compete com o mundo inteiro, nós exportamos, e nós precisamos ter um meio transporte que o mundo inteiro usa, que vai ser melhor para o planeta, que é melhor para o meio ambiente, que vai consumir menos combustíveis fósseis, que vai trazer ganhos sobre diversos aspectos”, comentou o governador.
 
Mauro citou ainda o pequeno pedaço do parque que poderá sofrer alterações. “E aí porque zero vírgula zero cinco de um parque... arruma desculpas milimétricas para justificar dar um prejuízo gigantesco desse para o país, que é não fazer uma ferrovia e ficar lá rodando milhares de carretas. Parece que está sendo patrocinado por quem é contra o Brasil”, finalizou.
 
Parecer

A Advocacia-Geral destaca no documento que reconhece a relevância da ferrovia para o país, empreendimento que possibilitará o escoamento da produção de diversos produtos de Mato Grosso ao Porto de Mirituba (PA). Sustenta ainda que a Ferrogrão propiciará a geração de empregos diretos em sua construção, além da redução no custo do frete do transporte de cargas.

Porém, argumenta que a supressão de parte da área do Parque Nacional do Jamanxim, unidade de conservação de proteção integral, foi implementada sem que houvesse qualquer contrapartida ambiental.
 
A manifestação ressalta ainda que a realização de estudos técnicos constitui requisito indispensável para a modificação dos limites de unidades de conservação ambiental, com preveem precedentes do próprio STF
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