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Notícias / Cidades

Onze pessoas responderão por assassinato de jovem; penas podem chegar a 95 anos

Da Redação

Onze pessoas foram indiciadas pelo assassinato do jovem Pablo Ronaldo Coelho, 24 anos, que foi morto em abril, em Nova Ubiratã (478 km de Cuiabá). O grupo também responderá pelos crimes de sequestro, tortura, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa. Se condenados, os suspeitos podem receber penas de 36 a 95 anos de reclusão.

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Os crimes foram desvendados no inquérito instaurado pela Delegacia de Nova Ubiratã e a maior parte dos envolvidos presa durante a Operação Procusto, nome de um personagem da mitologia grega cuja metáfora representa o egoísmo do ser humano em relação ao seu próximo e a relativização de vidas humanas.

No decorrer da operação, a Polícia Civil cumpriu oito prisões preventivas de criminosos identificados como mandante e executores da morte de Pablo Ronaldo Coelho, de 24 anos. Após a deflagração da Operação Procusto e a individualização das condutas dos envolvidos, novas informações resultaram em mais três prisões cumpridas na última sexta-feira (07).

Pablo estava em Nova Ubiratã a trabalho, junto com um amigo. Ambos vieram do interior de São Paulo e foram sequestrados no dia 19 de abril, quando ambos estavam em um bar de Nova Ubiratã. Os dois foram levados a uma casa, sofreram diversas torturas durante a madrugada e, na manhã do dia seguinte, foram levados a uma área de mata da cidade.

No trajeto, o amigo de Pablo conseguiu escapar do veículo dos criminosos e, mesmo ferido, procurou ajuda na polícia. Pablo foi executado, teve membros decepados e o corpo ocultado em uma região de mata, sendo encontrado pela Polícia Civil após 42 dias de buscas.

Os crimes foram ordenados por A.A.L., que está detido na Penitenciária Central do Estado, e por outro preso que está detido na penitenciária de Várzea Grande. De dentro das unidades prisionais, eles recebiam as informações dos demais integrantes da organização criminosa que estavam monitorando Pablo e seu amigo, desde que ambos chegaram a Nova Ubiratã. Informações reunidas no inquérito apontam que o sequestro foi premeditado para torturar as vítimas a fim de que confessassem integrar uma facção criminosa rival. 

Durante a execução dos crimes, o grupo se reportava ao criminoso preso na PCE, que gerenciou tudo de dentro de sua cela na penitenciária e acompanhou todo o desenrolar do crime - desde a captura até a morte - recebendo fotos das vítimas amarradas durante as sessões de tortura. Ele ordenou que não era só para arrancar os dedos das vítimas, mas também para executá-las.

Indiciamentos

O delegado responsável pela investigação destaca que durante os cumprimentos dos mandados judiciais da operação foram apreendidos telefones celulares, inclusive, dentro de unidades prisionais. As informações obtidas estão em fase de extração de dados e uma nova investigação será instaurada a fim de esclarecer outros delitos, caso sejam descobertos indícios.

Um dos mandados cumpridos na semana passada, na Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, foi na cela de um dos presos identificados, posteriormente à operação, como um dos mentores da empreitada criminosa que resultou no assassinato de Pablo Ronaldo.

E.G.M.M. estava preso por outra operação e ordenou de dentro do presídio a extorsão mediante sequestro contra uma vítima da cidade de Sorriso. A investigação apurou que ele ordenou, financiou e coordenou os crimes cometidos contra Pablo e seu amigo. Depois, recebeu o vídeo sobre a execução de Pablo Ronaldo Coelho dos Santos e o enviou a outro criminoso do grupo.

No total, dos 11 mandados de prisão oriundos da investigação sobre a morte de Pablo Ronaldo, dez deles foram cumpridos. A Polícia Civil continua em busca da foragida Hisla Bruna Santana Sampaio, identificada como a responsável pelo controle financeiro do tráfico de drogas na cidade de Nova Ubiratã.

Todos os 11 criminosos identificados na investigação foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de: integrar organização criminosa, homicídio qualificado consumado, homicídio qualificado tentado, ocultação de cadáver, tortura majorada e sequestro. O inquérito foi remetido à Justiça na semana passada. 
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