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'Se não quero que invada o que é meu, não posso aceitar que invadam aquilo que é do outro', diz Janaina

Da Redação - Rafael Machado/ Do Local - Max Aguiar

A deputada estadual Janaina Riva (MDB) criticou a invasão de um terreno próximo ao Contorno Leste, em Cuiabá, que levou à desapropriação de moradores após decisão judicial nesta semana. Ela destacou que a Assembleia Legislativa (ALMT) não pode respaldar ações que retirem o direito à propriedade, por isso, defendeu destinação de mais recursos em programas de habitação para atender a população que não tem acesso a moradia digna.

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“Se eu não quero que invada aquilo que é meu, não posso também aceitar que invadam aquilo que é do outro. Não sei de quem é, não tenho a mínima ideia de quem que é o Brasil 21, mas sei que tem um dono, por decisão judicial. Havendo um dono, então cabe à Assembleia fazer uma interlocução junto ao governo e tentar abrigar essas pessoas em uma condição melhor, com algo mais humano”, destacou durante entrevista à imprensa nesta quarta-feira (16).

Nesta semana, a Justiça atendeu ao pedido do dono de um terreno próximo ao Contorno Leste e determinou a reintegração de posse da área ocupada pelo loteamento Brasil 21. Centenas de pessoas tiveram que sair de suas casas e se abrigarem em outros locais. Alguns se acomodaram embaixo de viadutos.

A Assembleia Legislativa tenta costurar com o governo uma proposta para que possa atender as famílias, uma delas é a compra do terreno para construção de casas populares.

Janaina defendeu uma análise mais aprofundada sobre quem realmente precisa de um lar. Ela lembrou de uma ação policial que encontrou casas na região com piscinas e com investimentos de mais de R$ 500 mil.

Ela ainda criticou a proposta de seu colega Wilson Santos (PSD), que visa obrigar o estado a declarar o terreno de domínio público para tentar resolver o impasse. No entanto, a deputada ressaltou que essa ideia não prospera porque os parlamentares não podem aprovar leis que causem despesas ao governo.

“O estado comprar é uma opção, só que o Estado comprar precisa ser uma iniciativa do Estado e a gente sabe disso. Acho muito ruim fomentar essa esperança porque ali tem muita gente que investiu tudo que tem também. Se o governo tem interesse, mande o projeto para cá. Nós não podemos criar despesa para o Executivo. Seria um sonho? Seria, seria ótimo? Seria, resolveria o problema, mas não adianta a Assembleia aprovar algo que não vai se efetivar. Só vai ficar vendendo sonho e perspectiva de algo que não existe”, destacou.
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