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Delegado da DHPP afirma que morte de pretos e pobres em operações não é culpa da polícia: ‘cumprem a lei’

Da Redação - Airton Marques

Formado em Direito com trabalho de conclusão de curso tratando sobre a exclusão social e criminalidade, o delegado Nilson Farias, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que o alto índice de violência contra pretos e pobres em operações não é culpa direta dos policiais.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O DELEGADO DA DHPP, NILSON FARIAS:



Em entrevista ao jornalistas Airton Marques e Luis Vinicius, durante o PodOlhar, o delegado faz um apanhado histórico e aponta que os agentes da segurança pública apenas seguem o Código Penal, criado em 1940, e que ainda reproduz uma cultura de “caça” a população negra e pobre.

“Estamos em 2024 e o nosso Código Penal é de 1940. E segundo a teoria da rotulação, o nosso Código Penal visa ações praticadas por pessoas marginalizadas, a culpa não é da polícia. A polícia cumpre o código, cumpre a lei. E a lei caça pobre. A maioria dos pobres são negros, porque foi uma escolha política que o Brasil fez. E por isso que existe uma necessidade de uma reparação social. É porque a operação policial é feita para cumprir o código penal. E as operações vão ser onde? Acho que o país é um país que foi formado numa situação racista”, afirmou.

Segundo  estudo da Rede de Observatórios, de novembro de 2023, uma pessoa negra morreu em decorrência de intervenção policial a cada 8 horas e 24 minutos no Rio de Janeiro, por exemplo.


 
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