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Crise do arroz: Lula fica irritado com leilão que derrubou Neri Geller e quer medidas enérgicas contra envolvidos

Da Redação - Rodrigo Costa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou irritado com a possibilidade de fraude e também a repercussão negativa do leilão para a compra de arroz importado realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), segundo revelou a coluna do jornalista Tales Farias, do portal UOL. Como se sabe, o governo cancelou a compra das 263,3 mil toneladas do cereal em meio a denúncias de que as empresas vencedoras não teriam histórico e capacidade financeira para realizar a operação. 

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Segundo o UOL, Lula considerou o certame “um escândalo” durante uma reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. No encontrou, o presidente disse que a crise instaurada pode “ferir o núcleo de seu governo ao abrir espaço para denúncias de corrupção e para o centrão voltar a cobrar uma reforma ministerial”.

Já a coluna de Lauro Jardim, do Jornal O GLOBO, aponta que na mesma reunião Lula “pediu a cabeça” dos envolvidos no suposto esquema. Ou seja, o afastamento e investigação de todos os envolvidos no leilão. 

Nesta terça-feira (11), o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, pediu demissão após suspeitas de conflito de interesse. Ele teria sido o responsável direto pela indicação do diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão. 

Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é do empresário Robson Almeida de França, que foi assessor parlamentar de Geller na Câmara e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas.

O documento de exoneração de Neri Geller foi assinado via Sistema Eletrônico de Informações (SEI) às 15h21, horário de Brasília. O ex-secretário, contudo, negou que tivesse pedido demissão.

Ele respondeu a um e-mail sobre o despacho de sua exoneração com outro e-mail, endereçado ao gabinete do ministro Fávaro e outros integrantes da pasta, afirmando que desconhecia o pedido de exoneração e solicitando a retificação do documento.
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