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'Enquanto o Mapa estiver sob comando do ministro Fávaro eu não volto, em nenhuma hipótese', diz Neri; veja vídeo

Da Redação - Rafael Machado

O ex-secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, demonstrou sua mágoa com seu antigo parceiro, ministro Carlos Fávaro, durante o processo que resultou em sua exoneração do cargo após irregularidades no leilão de arroz.

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Durante entrevista à Jovem Pan, Neri comentou que foi convidado a retornar ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas foi enfático em dizer que só retornaria ao Mapa se Fávaro não estiver lá.

“Não volto em nenhuma hipótese, com todo o respeito, quero que Fávaro, que é mato-grossense, conheço há 30 anos, faça um bom trabalho, mas comigo ele não conta mais. O Ministério da Agricultura enquanto estiver sob comando do ministro Fávaro eu não volto, em nenhuma hipótese”, ressaltou.

Geller disse que apesar de Fávaro não ter agido de má fé, se omitiu em chamar a responsabilidade do erro do leilão para si.

“Fui conversar com o ministro: “Fávaro, assumo a responsabilidade. Sei que tem imbróglio, vamos conversar, não tem uma virgula de erro, não tem nada de ilegal, se tiver alguma coisa, eventualmente, eu me afasto”. Porque não tem vínculo nesse caso do edital com a Secretaria de Política Agrícola. Primeiro, que foi ele que conduziu o processo, segundo o orçamento não é nosso”, frisou.

O ex-secretário enfatizou que foi contra a importação de arroz, recomendando que fosse investido na produção nacional ao invés de realizar a compra.

“Dei as informações técnicas a produção e fiquei contra porque estava defendendo se temos 30 milhões de hectares de pastagem que podem ser incorporados na produção de grãos, se a principal cultura para tirar acidez do solo é o arroz, vamos estimular a produção nacional, vamos dar crédito para construir armazém”, disse.

O resultado do leilão causou polêmica e levantou a suspeita de irregularidades no processo, já que entre as vencedoras estão uma mercearia que vende queijo, uma locadora de veículos e um fabricante de sorvetes. Outro ponto que causou dúvida sobre o processo, foi uma empresa criada por um ex-assessor de Geller, negociar a venda de 44% do arroz importado vendido no leilão.

A informação foi divulgada pelo Globo Rural. Segundo a reportagem, Robson Luiz de Almeida França trabalhou no gabinete de Neri na Câmara Federal e é um dos criados da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e Foco Correta de Grãos que participaram da negociação de 116 mil das 263,3 mil toneladas que forma comercializadas, o que representaria algo em torno de R$ 508,1 milhões dos R$ 1,3 bilhão movimentado no leilão.

Vídeo:

 
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