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Juliana Palhares se espantou com rede de pedofilia em MT e comenta sobre criminalização de pedófilos

Da Redação - Airton Marques

A delegada Juliana Palhares, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), discutiu em uma entrevista ao PodOlhar, disponível no YouTube, sua atuação no combate aos crimes sexuais na internet. Ela revelou surpresa com a rede de pedofilia em Mato Grosso e alertou os pais sobre os perigos da superexposição de seus filhos nas redes sociais.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM A DELEGADA JULIANA PALHARES:



Palhares destacou que imagens aparentemente inocentes podem ser usadas para alimentar redes de pedofilia. "Acho que tem uma crise de autoridade familiar um pouco, sabe? De você impor limites. Você não tem só direitos, criança. Você tem deveres e responsabilidades. Isso pode impactar na vida do seu pai e da sua mãe, inclusive, né? Então, a gente vê muito isso. Tanto para pedofilia como para sequestros. Enfim, uma gama inesgotável de crueldades aí que essas pessoas, que as crianças, que os adolescentes, ainda mais nessa fase de tantas mudanças e vulnerabilidades que eles padecem," afirmou.

A delegada explicou que a demanda por novas imagens é constante entre os consumidores de material de abuso infantil. "Você gosta muito de um filme. Ah, eu adoro filme tal. Você assiste uma, duas, três. É a mesma coisa com essas pessoas que consomem esse tipo de material. Eles querem novidades, né? Infelizmente, é isso, gente. Bem curta, falando objetivamente, eles querem novidades. E tem pessoas que ganham dinheiro produzindo essas novidades para esse mercado consumidor".

Palhares ressaltou os cuidados necessários para proteger as crianças. "Hoje, com a inteligência artificial, às vezes uma foto inocente de uma criança, de uma rede social, pode ser usada, alterada ou apenas como um chamariz para que essa pessoa chegue lá e consuma aquele material. Hoje, incrivelmente, você tem que redobrar os seus cuidados. É intramuros com a internet e o acesso do seu filho às redes sociais e a todo esse mundo de informações."

Ela alertou sobre o impacto das redes sociais na vida familiar. "Não expor tanto, né? Para você ver, né? É algo que, poxa, mas é minha filha, né? A gente vive num mundo das redes sociais hoje. Se você não posta, parece que você não fez."

A delegada também comentou sobre a colaboração internacional no combate à pedofilia. "O que a gente não mede, a gente não conhece. Então, a partir do momento que eu cheguei lá na unidade, eu me assustei até com os casos aqui de Mato Grosso. Isso é um enfrentamento global, então há uma colaboração de entidades fora do Brasil que mandam informes, os reports que a gente fala. Os relatórios de, eventualmente, pessoas no Brasil que ou armazenam, ou compartilham, ou vendem esse tipo de material. E me assustei um pouco assim, viu? Com algumas coisas aqui no Mato Grosso, que eu não tinha essa realidade."

Palhares destacou que o armazenamento, compartilhamento, produção e fomento de material de abuso infantil são crimes e se esquivou quando questionada se pedofilia devem ser considerada um crime. "A questão de considerar a pedofilia como um transtorno é uma questão, realmente, dos técnicos dessa área. O que eu posso dizer é que armazenamento, compartilhamento, produção, fomento, estou associado a isso, invisto dinheiro nisso. Não precisa necessariamente você estar no ato de cenas de pornografia infantil, isso é crime."
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