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"O que mais buscam hoje são bancos de dados voltados a veículos e cartões de crédito", diz delegada sobre perfil dos crimes cibernéticos

Da Redação - Airton Marques

A delegada Juliana Palhares, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), discutiu em entrevista ao PodOlhar, disponível no YouTube, os principais focos de atuação dos criminosos cibernéticos e forneceu orientações importantes para a proteção dos dados pessoais e financeiros dos cidadãos.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM A DELEGADA JULIANA PALHARES:



Palhares explicou que atualmente os criminosos cibernéticos buscam principalmente bancos de dados relacionados a veículos e cartões de crédito. Ela ressaltou que muitos golpes são baseados em informações superficiais, mas que acabam gerando grande impacto nas vítimas.

"O que mais buscam hoje são bancos de dados voltados a veículos, cartões de crédito. Você, com certeza, conhece alguém que recebeu alguma ligação, olha, eu sou da facção tal, você mora na rua tal, número tal, você tem empresa tal, tal, são dados. Não tem nenhuma informação pessoal sua. Não sabe, às vezes, nem quem é você, e você, às vezes, é uma autoridade. Eles conseguem os dados para fazer essa extorsão com a pessoa, e a pessoa fala: ‘meu Deus, eles sabem onde eu moro, sabem o nome do meu vizinho, é da facção mesmo’. E a pessoa acaba com medo pagando, fazendo o PIX", afirmou.

A delegada enfatizou que o perigo não está apenas no mundo físico, mas também na internet. "Antes a gente achava que o perigo tava lá fora, né? E às vezes o perigo está dentro mesmo. Através da internet". Ela aconselhou os cidadãos a sempre verificarem a autenticidade das informações antes de realizar qualquer pagamento online. "Não acredite, confira. Nós temos hoje, infelizmente, muitos sites fakes de pagamento de IPVA, de lojas amplamente conhecidas, ou pequenos comércios. Então, se certifique que você está na página oficial. Verifique a grafia desse site, né? Não acredite, não vá fazendo pagamentos sem checar essa informação. Não acredite que seja o seu familiar, que seja o seu amigo. Cheque antes, perca aí seus 10, 15 minutos pensando, para depois você tomar a sua decisão. Porque depois que você toma... É impressionante, a pessoa faz o pagamento, na hora ela fala ‘Ah, acho que eu caí no golpe’. E é isso mesmo".

Palhares também abordou os riscos de golpes através das redes sociais, destacando a necessidade de verificação das contas antes de realizar qualquer transação. "Eu tenho percebido muitas notícias de pessoas que aparece uma publicidade no Instagram, ou uma rede social muito parecida e você acredita que você está comprando. Então, verifique o número de seguidores, se é uma conta verificada ou não".

Ela mencionou a facilidade de contato com representantes de plataformas populares no Brasil, mas apontou dificuldades com algumas outras plataformas, como o Telegram, que possuem políticas distintas e não têm representantes no país.

A delegada concluiu destacando que, além dos golpes financeiros, os crimes cibernéticos também abrangem outras áreas como cyberbullying. "Não só uma questão só de golpe, gente. Uma questão de crimes informáticos, cibernéticos, cyberbullying".
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