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Corretor chamado de "faccionado" por advogado nega acusação e diz que teme pela própria vida

Da Redação - Mayara Campos

O corretor de imóveis e delegado do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de Mato Grosso (Sindimóveis) de Campo Novo do Parecis, Cleo Bagatini, 42 anos, relatou sofrer represálias após confusão ocorrida na sede do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-MT), em Cuiabá, na terça-feira (20), envolvendo o advogado Miguel Zaim. Na ocasião, Cleo acusou o jurista de agressões, gravou um vídeo no local e registrou um boletim de ocorrência.

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Logo após o fato ser noticiado na imprensa, o advogado publicou um vídeo explicando sua versão, alegando que o corretor chegou a se apresentar como ‘corretor das facções criminosas’ e estaria em posse de uma arma de fogo, na sala do Creci.

No entanto, Cleo reforçou que não estava em posse de arma de fogo e que não disse nada disso. O corretor agora alega que teme pela própria vida e da família, por conta da declaração sobre suposto envolvimento com facções criminosas.

“A resposta dele é totalmente incabível, até porque as câmeras da instituição vão falar pela gente, mostrar nas imagens que não houve em momento algum, ele que adentrou a sala sem permissão e outros fatos que ele narra são incabíveis e o jurídico já está tomando as medidas”, disse Cleo ao Olhar Direto, nesta sexta-feira (23).

“Quando o advogado Miguel Zaim fez uma provocação na mídia dizendo que o Cleo era faccionado, ele colocou a vida do Cleo em risco, sem prova nenhuma, sem qualquer amparo que pudesse justificar. Ele começa a tentar se defender, que a agressão foi porque ele estava armado. Isso coloca a vida dele [Cleo] em risco, porque a gente sabe que o crime organizado, principalmente aqui na Capital, tenta entender e punir quem utiliza o nome deles”, declarou o advogado de Cleo, Luciano Nascimento.

No vídeo publicado por Miguel Zaim, é apresentada uma foto onde Cleo está sentado em uma mesa com diversos facões. Segundo o corretor, a imagem foi tirada de contexto, de uma publicação feita em 2022, como propaganda da imobiliária. 

“Ele pegou um vídeo de publicidade que eu tenho nas minhas redes sociais. Aquela foto com as facas que ele coloca, é de um vídeo onde eu falo que quem comprar um lote comigo, ganha uma faca. Inclusive, posteriormente, tem várias fotos de quem ganhou a faca”, afirma Bagatini.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação partilhada por Cleo Bagatini (@cleo_bagatini)


Além disso, o presidente estadual do Sindimóveis, Juliano Lobato Evangelista, tem recebido diversas ligações de outros corretores, preocupados com a situação de um ‘suposto faccionado’ na categoria.

“Eu conversei hoje de manhã com a presidente da Federação Nacional, Lucimar, pedindo uma orientação para ela. Eu recebi umas ligações de colegas corretores afirmando que não queriam permanecer no sindicato ‘que tem um faccionado’, aí eu falei, bom, mas de onde isso? Eles falam que o Creci o repudia, não querem nem que ele entre lá, porque é faccionado”, expôs Juliano.

“A presidente disse que é uma situação onde quem falou que ele é faccionado, vai ter que provar. Nós do sindicato, quem quiser sair porque o Creci falou, que saia. Eu vou emitir uma nota interna porque muita gente ligou para mim. Eu fiquei numa situação difícil e quando o Zaim fala, isso empresta uma credibilidade gigantesca para a palavra dele, tanto que existem corretores em grupos que falaram que para o Zaim fazer isso, alguma culpa o rapaz dele. Isso pela credibilidade que o cargo dele tem”, complementou.

Posicionamento do Creci

No dia dos fatos, o Creci emitiu uma nota afirmando que iria instaurar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar os fatos ocorridos. No entanto, a defesa de Cleo afirma que a instituição permanece inerte.

“O Creci continua inerte em relação a tudo isso, não emitiu nenhum comunicado, não fez nenhuma manifestação em apoio ou desfavor do corretor e isso é muito estranho“, aponta Luciano.

Ainda segundo o corretor, não foi dado nenhum amparo a ele, tanto no dia, quanto após. “Não me deram nenhum amparo no dia, tanto para mim quanto para minha esposa que passou mal. A Polícia Militar foi quem nos acudiu e um civil que estava lá na casa. Minha esposa quase desmaiou. Não me ligaram para perguntar como estou também”.
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