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Câmara ‘enterra’ projeto que determinava a inclusão da leitura da Bíblia nas escolas de Cuiabá

Da Redação - Rafael Machado

A Câmara de Cuiabá ‘enterrou’ projeto de lei que determinava a leitura da Bíblia nas escolas públicas e privadas da Capital. A votação aconteceu durante sessão vespertina desta terça-feira (27). Apesar de ter conseguido o apoio da maioria dos vereadores, 12 dos 17 que estavam no plenário, a proposta não conseguiu a votação de um terço do plenário, ou seja, 13 votos, para que continuasse em tramitação.

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O tema gerou polêmica quando o vereador Rodrigo Arruda e Sá (PSDB) apresentou sua proposta, alegando que a ideia era tornar a leitura do livro como obrigatória, mas logo voltou atrás dizendo que a intenção não era exigir que todos os alunos participassem do estudo, mas apenas os que tivessem interesse pelo assunto.

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), ao analisar o processo, opinou pela rejeição destacando que a ideia ataca princípio da laicidade e que temas recorrentes a grade curricular das escolas são assunto de competência da União e não da Câmara de Vereadores.

Antes da votação, os vereadores Robinson Cireia (PT) e Maysa Leão (Republicanos) se posicionaram contra o projeto. O petista, que é professor, disse que, caso fosse aprovado, o legislativo teria que aceitar a leitura de livro de outras religiões na escola para que o aluno não fosse pressionado a participar de uma aula com ensinamentos que vão contra a religião de sua família.

Maysa destacou apenas que a leitura da Bíblia deveria ocorrer dentro de casa e não na escola, onde pode ocorrer interpretações diferentes dos ensinados descritos no livro.

Ao sair em defesa de sua ideia, Rodrigo comentou que no país onde, segundo ele, o uso da droga e de banheiros unissex são "liberados", não vê problemas em colocar na grade curricular dos alunos o ensino da Bíblia para educação das crianças.

“Quero lembrar aos irmãos que nós estamos nos momentos difíceis da nossa vida, onde a maconha é liberada, onde o banheiro unissex é liberado, a gente escuta tanto outros negócios e entendemos a necessidade de cada um, aqui nós estamos discutindo de um livro milenar que dotado para educação da família, da geração de princípios, de valores, de ética”, ressaltou.

No entanto, suas justificativas não conseguiram convencer a maioria e foi arquivada com 12 votos favoráveis e cinco contrários.
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