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Além de aposta no 'Tigrinho', homem que matou ex-patrão comprou fralda para o filho, vinho e cerveja com dinheiro roubado

Da Redação - Luis Vinicius

A ex-companheira de Gilvânio dos Santos, 27 anos, suspeito de ser o assassino do empresário Mário Martello Júnior, 68 anos, disse em depoimento que, além de gastar mais de R$ 900 no "Jogo do Tigrinho", o investigado comprou fraldas para o filho de 2 meses, vinho e cerveja. O homem confessou o crime e justificou ter discutido com a vítima após um desacordo financeiro. A versão, porém, é investigada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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A depoente foi detida por policiais militares da Força Tática e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), na noite de terça-feira (3), poucas horas depois de o corpo de Mário ter sido encontrado em meio a entulhos em sua empresa de reciclagens, no Distrito Industrial, em Cuiabá.
 
Em depoimento ao delegado Bruno Abreu – presidente do inquérito policial (IP) que investiga a morte – na madrugada desta quarta-feira (4), a mulher contou que conhece Gilvânio há cerca de um ano e que eles moraram juntos quatro meses. Desse relacionamento nasceu um filho.
 
Ela explicou que esporadicamente Gilvânio vai a sua casa para ficar um tempo com o bebê. A depoente disse que o suspeito falava que trabalhava em uma empresa de carga e descarga. A mulher afirmou que não sabia que o ex-companheiro trabalhava com Mário.
 
Emprestou maquininha
 
A ex-companheira do investigado detalhou que trabalhava informalmente com venda de lingerie e semijoias. Há quatro meses, ela abriu um CNPJ e adquiriu uma máquina de cartão para realizar suas vendas.
 
Os fatos
 
No domingo (1), a mulher contou que recebeu uma ligação de Gilvânio perguntando se o bebê estava precisando de fraldas. O suspeito recebeu uma resposta positiva e comprou alguns pacotes e cerveja para tomar com os familiares da ex-companheira. A depoente saiu para trabalhar em um mercado no bairro Altos do Parque, em Cuiabá.
 
Durante o trabalho, Gilvânio ligou para ela perguntando onde estava a maquininha de cartão. A mulher respondeu que o aparelho ficou em cima da geladeira e então ele pediu para passar um cartão de débito e que quando o recurso caísse na conta era para lhe repassar o dinheiro.
 
A depoente relatou que chegou a questionar se o cartão não era “rolo”. Gilvânio negou e disse que ela poderia “relaxar” e que conseguiu o objeto devido a uma dívida que tinha. O homem queria que a ex-companheira devolvesse o valor debitado em dinheiro.
 
A mulher ouvida detalhou que Gilvânio passou o cartão na modalidade débito cerca de umas quatro vezes, o que totalizou uma quantia de R$ 1.050,00.
 
Ainda no domingo, a depoente disse ao delegado que transferiu para um link de jogo (Tigrinho) R$ 980 referente ao dinheiro que havia sido creditado no dia anterior, tendo sido descontado as taxas da maquininha.
 
Já na segunda-feira (2), ela disse que Gilvanio foi até o supermercado onde ela trabalha e comprou vinho e outros itens no cartão da vítima. Em seguida, ele foi à casa da ex-companheira para ingerir bebida alcoólica.
 
A chegada da polícia
 
A mulher relatou ao delegado que já na manhã de terça-feira (3) saiu para levar seus filhos ao posto de saúde e durante o trajeto seus colegas de trabalho e familiares afirmaram que havia policiais procurando pela depoente para saber do paradeiro de Gilvânio.
 
Ela contou que se surpreendeu e mandou mensagem para o suspeito questionando sobre o que ele teria feito. O homem afirmou não ter feito “nada” e que ela poderia “relaxar”.
 
Quando estava na casa de sua mãe, em um grilo no Contorno Leste, Gilvânio chegou “transtornado” e ficou conversando com alguém no telefone. Na sequência, policiais militares foram ao local e disseram que o investigado havia matado uma pessoa. Ela afirmou a todo momento que não sabia da morte de Mário.
 
A depoente foi autuado pelo crime de receptação culposa, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberada.
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