Imprimir

Notícias / Cidades

'Foi por maldade', desabafa proprietária de loja de artigos religiosos vítima de incêndio criminoso em VG

Da Redação - Gustavo Castro

Um incêndio devastador destruiu, na última terça-feira (3), uma loja que há mais de 20 anos era o sustento de uma família em Várzea Grande. Jackeline Viana Franco, a proprietária, ainda em choque, compartilhou sua dor e angústia ao ver seu sonho e única fonte de renda reduzidos a cinzas. “Eu não consigo acreditar que isso tenha acontecido. Pra mim, foi maldade, pura maldade”, desabafou com a voz trêmula.

Leia mais
Loja de artigos religiosos fica destruída após ser atingida por fogo no centro de VG



A loja, que começou como um projeto de vida em 2006, foi o resultado de muito esforço e sacrifício. A família chegou a trocar a própria casa pelo estabelecimento e, por um período, moraram no fundo da loja. Jackeline relatou que, apesar de pequenos furtos ao longo dos anos, nunca havia enfrentado um ato tão cruel.

“Primeiro eu não acreditei, eu achei que era uma coisa simples. Alguém ateou um fogo ali dentro, pegou, mas não que estava o comércio todo em chamas. Foi difícil, foi um desespero. Até chegar aqui foi muita oração para não acreditar o que estava acontecendo. Aí quando chegou, a gente viu a nossa realidade”, disse ao Olhar Direto.



“Já entraram aqui para roubar, coisas pequenas. Mas isso, isso foi diferente. A pessoa colocou fogo em tudo, de propósito”, afirmou.

O impacto do incêndio, que foi avaliado em R$ 250 mil, foi profundo, não apenas para a loja, mas para toda a estrutura familiar. Jackeline contou que o comércio era a principal fonte de renda da família, responsável por pagar contas essenciais como luz, água e até o carro, ainda em financiamento.

“Nós nunca passamos fome, sempre conseguimos pagar tudo em dia, mas agora, eu não sei o que vai ser da gente”.

O drama se agrava com a situação do pai de Jackeline, que atualmente passa por tratamento contra o câncer.
“Meu pai está em outra cidade para fazer o tratamento dele. Estamos vivendo um dia de cada vez, com hospital e todas essas dificuldades. E agora, sem a loja, a situação ficou ainda pior”, contou.

Mesmo diante da tragédia, Jackeline mantém um fio de esperança. Com a ajuda da família, uma vakinha foi lançada para tentar reconstruir o que foi perdido. A meta é arrecadar cerca de R$ 100 mil.

“Minha irmã criou uma vaquinha online para nos ajudar a recomeçar. O prédio está completamente destruído, vai ter que ser demolido. Mas eu só penso em seguir em frente, um dia de cada vez, com o apoio de quem está ao meu lado”, declarou.

As investigações preliminares indicam que o incêndio foi criminoso. Imagens de segurança mostram uma pessoa próxima ao local, momentos antes do fogo começar.

Questionada se sofreu algum tipo de ameaça recentemente ou se desconfia de alguém, ela negou. Ela ainda nega a acreditar que o crime tenha a ver com intolerância religiosa. A proprietária relatou que não guarda ressentimentos e, por fim, clama justiça.

“Pra mim, não tem outro sentimento, foi de pura maldade ali. Eu não consigo entender que seja uma intolerância religiosa. Eu sei que acontece várias desculpas, tanto de cor, de pele, essas coisas, até hoje, mas eu não coloco no meu coração que foi intolerância, porque esse comércio existe há mais de 40 anos aqui em Versa Grande. E acontecer uma coisa dessa, pra mim é maldade, simplesmente maldade”, pontuou.

“Eu não sei quem fez isso, mas espero que essa pessoa seja responsabilizada, porque quem fez essa maldade pode fazer de novo com outras pessoas.”

Jackeline finalizou seu relato com lágrimas nos olhos, sem saber o que o futuro reserva, mas disposta a lutar pelo que ainda resta de esperança.

Para quem quiser ajudar, basta clicar aqui. Os voluntários também podem utilizar a seguinte chave pix:   946.085.391-91.

Veja:


 
Imprimir