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'Tem que dar a eles o mesmo tratamento', diz Mauro Mendes ao comentar Lei da União Europeia sobre desmatamento

Da Redação - Rodrigo Costa / Do Local - Max Aguiar

O governador Mauro Mendes (UNIÃO) comentou nesta terça-feira (9) sobre a Lei da União Europeia sobre o desmatamento, que deve vigorar a partir de dezembro deste ano. Aprovada pelo Parlamento Europeu em abril de 2023, a lei determina a proibição da importação de produtos provenientes de áreas com qualquer nível de desmatamento identificado até dezembro de 2020 - seja legal ou ilegal. 

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O regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (do inglês, European Union Deforestation-Free Regulation – EUDR) incide sobre diversos produtos constantes na cadeia produtiva brasileira, com exceção, apenas, do óleo de palma, não exportado pelo país.

Na avaliação do governador, o Brasil pode ser prejudicado com a nova legislação. Representantes do governo brasileiro compartilham da mesma opinião, em que citam “prejuízos diretos ao comércio agrícola e, principalmente, aos pequenos e médios produtores”.

Para Mendes, caso isso aconteça, o Brasil deve adotar o que chamou de “lei da reciprocidade”. 

“[Tem que] dar a eles o mesmo tratamento. Lei da reciprocidade internacional. Dar aos europeus e aos franceses o mesmo tratamento. Ou eles mudam as atitudes deles, ou nós temos que barrar aqui no Brasil também a entrada de muitos produtos produzidos na União Europeia”, disse durante a abertura do Fórum Internacional de Agricultura e Pecuária (FIAP), realizado em Cuiabá nesta segunda-feira (9).

Ainda conforme o governador, é preciso interpretar a questão da mudança climática sob uma perspectiva mais realista. Em sua fala, Mauro destacou que a realidade mostra que o impacto dessas mudanças já está presente no mundo inteiro, inclusive colocando em risco a própria sobrevivência da espécie humana. 

“Se as mudanças forem tão profundas como elas podem ser, isso compromete a existência humana. Ou pode trazer grande sofrimento pela falta de alimentos para alimentar toda a população que chegará em breve a 10 bilhões de pessoas. Quando nós precisamos crescer a produção e podemos fazer isso, estamos sendo ameaçados com a mudança climática que pode trazer uma grande redução”, comentou o governador.  

Mauro disse também que essa ameaça à sobrevivência humana “exige medidas reais, urgentes” e que devem ser cumpridas por todos os países. Nesse contexto, ele criticou, mais uma vez, as nações da União Europeia. 

“Os países desenvolvidos ao longo dos últimos 20, 30 anos pouco fizeram daquilo que prometeram ou se comprometeram nas COPs que foram realizadas ao longo desse período em diversas partes do planeta. Portanto, nós temos que ter coragem de trazer algo novo, senão vamos conviver com os velhos problemas e as consequências poderão ser dramáticas e traumáticas”. 
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