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Familiocracia em ação: nove deputados de Mato Grosso buscam expandir influência nas eleições municipais

Da Redação - Airton Marques

A corrida eleitoral deste ano em Mato Grosso tem uma característica marcante: a aposta de dez deputados estaduais e federais em ampliar o poder político de suas famílias. Em uma estratégia que atravessa campos ideológicos, parlamentares de diferentes espectros políticos têm apostado na “familiocracia”, termo usado para descrever a tendência de políticos de transferir seu capital eleitoral para parentes.

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Na Assembleia Legislativa (ALMT), oito deputados estão empenhados em emplacar irmãos e esposas nas prefeituras e câmaras municipais. Um dos exemplos mais notáveis é o 1º secretário da ALMT, Max Russi (PSB), que já obteve sucesso ao eleger a esposa, Andreia Wagner (PSB), prefeita de Jaciara. Agora, ela busca a reeleição, enquanto o irmão de Max, Alexandre Russi (PL), tenta voltar ao cargo de prefeito, mas desta vez em Juscimeira.

Outro destaque é Lúdio Cabral (PT), deputado estadual e candidato à prefeitura de Cuiabá, cujo irmão, James Cabral, é candidato a vice-prefeito em Cáceres. Ainda pela esquerda, o presidente regional do PT, Valdir Barranco, encampa a candidatura da esposa, Rose Barranco, a vereadora pela capital.

Gilberto Cattani (PL), conhecido por seu apoio a candidatos conservadores, está apostando na candidatura da irmã, Marli Cattani, à vice-prefeita de Lucas do Rio Verde.

A lista continua com Carlos Avallone (PSDB), que lançou novamente sua esposa, Maria Avallone, para disputar uma vaga no legislativo cuiabano. Elizeu Nascimento (PL) também busca eleger seu irmão, Cezinha, para um segundo mandato como vereador em Cuiabá. Outras figuras conhecidas da política mato-grossense, como Juca do Guaraná (MDB) e Wilson Santos (PSD), estão investindo nas candidaturas de seus irmãos Nicácio e Elias, respectivamente, para a Câmara de Cuiabá.

Na esfera federal, dois deputados também seguem essa estratégia. Abílio Brunini (PL), candidato a prefeito de Cuiabá, está focado em eleger sua esposa, Samantha do Abilio, para um cargo político. Já José Medeiros (PL) tenta consolidar o mandato de seu irmão, o vereador sargento Moisés dos Santos Medeiros, em Rondonópolis.

O fenômeno da "familiocracia" não é novidade na política brasileira, onde muitos candidatos utilizam suas bases eleitorais para alavancar as campanhas de parentes. No entanto, a crescente presença dessas dinastias familiares no cenário eleitoral de Mato Grosso evidencia o quanto essa prática segue forte no país, independentemente das ideologias ou bandeiras partidárias.
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