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Proximidade com Bolsonaro e possível mudança de partido dificultam candidatura de Medeiros ao Senado

Da Redação - Carlos Gustavo Dorileo

Muito próximo ao presidente da República Jair Bolsonaro e com chances de migrar para o Aliança pelo Brasil, assim que o partido for regulamentado na Justiça Eleitoral, o deputado federal José Medeiros não deve ser lançado como candidato ao Senado pelo seu partido, o Podemos, que abrirá mão, pelo menos por enquanto, de continuar com um representante mato-grossense no Senado Federal. 

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A decisão de não lançar Medeiros já foi tomada pela Executiva Nacional do Podemos, que deve apoiar o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), que nos últimos dias já manifestou que pretende dar continuidade às lutas iniciadas por Selma Arruda no Congresso Nacional. 

Nos bastidores, comenta-se a possibilidade de Pivetta  deixar o PDT e ir para o Podemos, caso for eleito. O vice-governador nega a possibilidade, mas admite a proximidade com a direção nacional do Podemos, inclusive os diálogos com o senador Álvaro Dias, presidente da legenda e próximo de Selma Arruda.

A estratégia do Podemos, segundo fontes ligadas ao senador Álvaro Dias, é de manter o deputado federal nos quadros de filiado do partido até pelo menos no segundo semestre, além de apoiar uma candidatura ao Senado que pode substituir Selma no Grupo ‘Muda Senado, Muda Brasil’, que tem como principais bandeiras o apoio a Operação Lava Jato, o impeachment de ministros do STF e a defesa da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os Tribunais Superiores.

O apoio à candidatura de Medeiros também não foi para frente pelo fato de o deputado federal, que é vice-líder do Governo Federal na Câmara, ter apoiado Jair Bolsonaro (sem partido) na eleição de 2018, mesmo com a candidatura do senador Álvaro Dias.

Medeiros que apesar de disputar eleições com a intenção de entrar no Congresso Nacional desde 2006, conseguiu chegar ao Senado como primeiro-suplente do ex-senador Pedro Taques (PSDB), que renunciou o cargo para assumir o Governo do Estado em 2014.

Com quatro anos de Senado, em um período em que a polarização ganhou força no país, o deputado também se fortaleceu por conta de seus posicionamentos críticos aos Governos do PT e pelos debates que travou com parlamentares de esquerda.

Sem espaço para tentar reeleição em 2018, ele entrou na disputa pela Câmara Federal e se elegeu, com a ajuda de sua proximidade com Bolsonaro, como o segundo mais votado do Estado, com mais de 82 mil votos.

Assim como teve o nome cogitado para a disputa suplementar do Senado, o deputado  bolsonarista também é cotado para se candidatar à prefeitura de Rondonópolis, cidade em que tem domicílio eleitoral.
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