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Moção de repúdio contra Lula é aprovada e gera bate-boca entre petistas e bolsonaristas na AL

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Érika Oliveira

Verdadeira rinha política foi montada no plenário da Assembleia Legislativa (ALMT), durante sessão desta quarta-feira (13). De um lado, os bolsonaristas Gilberto Cattani (PL) e Ulysses Moraes (PTB) e do outro os petistas Valdir Barranco e Lúdio Cabral, que contestaram moção de repúdio contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de incitação a violência por ter defendido que a militância sindical procure deputados e seus familiares na casa deles para pressionar a favor de propostas que interessam ao setor em um eventual governo petista, a partir de 2023.

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Proposta por Cattani, a moção ainda detona Lula por ter defendido o direito de mulheres realizarem aborto. Pontuações que foram rebatidas por Barranco, mas acabou sendo aprovada.

"Se nós fossemos apresentar moção de repúdio contra Bolsonaro, com o tanto de besteira que ele fala, faríamos isso todas as sessões, mas temos coisas bem mais importantes para fazer. Em momento algum o presidente Lula disse que era para atuar com violência. Ele disse e é isso que nós também defendemos, que os parlamentares precisam ser cobrados. Disse preciso reivindicar seus direitos, onde os parlamentares estiverem. Em momento algum Lula fez apologia à violência, como temos visto, inclusive como visto no gabinete do Cattani, onde colocou imagem de Bolsonaro fazendo apologia ao armamento", declarou, citando foto em tamanho real do presidente fantasiado de xerife, visto na porta do gabinete do bolsonarista.

Lúdio também lamentou o fato de a Assembleia estar debatendo pautas desnecessárias. "Ocupar um mandato parlamentar para ser useiro e vezeiro desse instrumento para ficar ocupando a tribuna com coisas que não vão trazer nada de benefício é triste".

O petista ainda disse que bolsonaristas estão "mergulhados" em contradições e sem respostas. Ainda ressaltou que Bolsonaro e seus seguidores se filiaram ao partido presidido por Valdemar da Costa Neto, além de estarem aliados com o Centrão. "Tentam trazer o debate que existiu em 2018, que é o da fake news, da mamadeira de piroca. Não vamos cair nessa esparrela de vocês, Cattani. Vocês estão filiados no PL, de Valdemar da Costa Neto; estão sentados no colo do Centrão. Estão sentadinhos no colo do Centrão, do Arthur Lira e de todos os outros que diziam ser os bandidos, quando propagavam a 'nova política'; e estão gostando de estar no colo do Centrão". O petista ainda citou indícios de corrupção na Gestão, como o gasto de R$ 3,5 milhões para a aquisição de 60 protéses penianas para unidades ligadas ao Exército.

Resposta

Cattani também utilizou a tribuna e disse que a moção de repúdio é um direito que todo parlamentar tem. Ainda rebateu as falas sobre a imagem de Bolsonaro em seu gabinete, afirmando que apenas em países autoritários que a população é desarmada. "Esse cidadão que faz apologia aberta, por exemplo, ao assassinato de bebês. Isso no nosso país é crime, então essa fala é incitação ao crime. Quando se fala sobre os parlamentares, ele pediu que 50 pessoas fossem até a casa dos deputados, incomodar a tranquilidade de suas esposas e filhos. Se isso não é apologia à violência, ela nem existe. Quando fala em regular a mídia, isso sim é fascismo".

Cattani ainda provocou. Contou que o colega Faissal Calil (Cidadania) havia lhe procurado, assustado, falando que no gabinete em frente ao seu havia a imagem de um ladrão (fazendo referência a Lula). "Disse para pegar o meu e colocar no lugar, pois o meu toten é do xerife".

Ainda em defesa de Bolsonaro, Cattani listou as prisões de Lula e dos presidentes da Petrobras, Correios, Banco do Brasil, Eletrobras e outras empresas públicas.

Para não ficar de fora, Ulysses também atacou o PT. Disse que os petistas fecham os olhos para os problemas do país. "Estamos falando de Luiz Inácio Lula da Silva, defensor do aborto, defensor de ditaduras, defensor de regulação da imprensa, defensor de movimentos de invasão de terras, defensor de pautas de descriminalização de furtos e desarmamento. Estamos falando de um ex-presidiário".

A discussão ainda durou mais tempo, com discursos dos petistas e bolsonaristas. O debate só foi interrompido quando o presidente da ALMT, deputado Eduardo Botelho (União), cortou os microfones e realizou a votação. "Não vou ficar nesse debate aqui o dia todo. Candidata a presidente e daí vocês (Ulysses e Barranco) vão ficar debatendo o tempo todo, aqui não".
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