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Notícias / Cidades

Produtor rural tenta tirar câmera de cinegrafista e empurra repórter da Globo em MT: "você quer militar"; veja vídeo

Da Redação - Bruna Barbosa

O repórter Bruno Motta e o cinegrafista Alexandre Perassoli, da TV Centro América, foram ameaçados e agredidos por um produtor rural durante produção de reportagem sobre combate a incêndios em algodoeiras, na zona rural de Lucas do Rio Verde (a 354 km de Cuiabá), nessa quarta-feira (21). 

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Parte da agressão e das ameaças foram registradas pela câmera do cinegrafista, que permaneceu ligada. Bruno explica ao Olhar Direto que os dois estavam às margens da rodovia e fora da propriedade de Jorge Meinerz, que se irritou com a presença da reportagem. 

"Tira essa câmera daqui, a propriedade aqui é particular. Apaga aí, estou cobrando os direitos autorais da imagem que você está querendo gravar. Eu estou calma, se você quer militar... então milita", afirmou o produtor. 

Exaltado, ele pedia para que os dois saíssem do local e mandou que Bruno entregasse o celular para ele. Jorge chega a ameaçar a dupla caso imagens mostrando a propriedade dele ao fundo fossem divulgadas. 

"Guarda o celular, sai para fora e guarda o celular. Guarda o celular e sai fora. Primeira coisa, você não teve minha autorização, a câmera está apontada para lá. Divulga essa imagem para você ver o que sobra para você", continua Meinerz. 

Bruno conta que ele o cinegrafista tentaram manter a calma para que Jorge também se acalmasse. O receio do repórter era de que alguma das ameaças se concretizassem naquele momento. 

"Manter a tranquildiade foi necessário por dois motivos. Estávamos trabalhando, como profissionais, não tinha como ser diferente. E ele estava muito alterado, não sabíamos o que poderia acontecer, essas ameaças que fazia como se tivesse algo para pegar nas costas poderia ser real, então se confrontassemos poderia acontecer algo". 

O repórter ressalta que outras situações de opressão já aconteceram enquanto ele trabalhava na região Norte de Mato Grosso. No entanto, foi a primeira vez que ele foi ameaçado e agredido durante a produção de uma reportagem. 

Reportagem sobre incêndios em algodoeiras 

A reportagem estava sendo produzida para o Globo Rural, para explicar sobre o risco de incêndio em algodoeiras e o combate realizado nessas situações. No último mês, quatro produções de algodão pegaram fogo, gerando prejuízo financeiro. 

"A produção começou na terça e acabou ontem, sobre algodeiras. Aqui na região, em um mês quatro algodoeiras pegaram fogo. Sabemos que o algodão tem esse problema, os rolos estão lá e começam a pegar fogo sozinhos por causa das temperaturas". 

No início da produção da pauta, Bruno tentou entrar em contato com Jorge para solicitar uma entrevista. Antes da situação, a equipe gravou com outro produtor de algodão da região que afirmou conhecer o produtor e se prontificou a ir com o repórter até o local para pedirem autorização. 

Bruno conta que um dos funcionários ligou para o produtou, que mandou a equipe sair do local imediatamente. Ele e o cinegrafista obedeceram. No entanto, Jorge apareceu exaltado na rodovia. 

"Tinham outras algodoeiras na região, continuamos o material ali na rodovia. Ele fez tudo que fez no vídeo. Foi pior, fomos ameaçados, ele fazia encenação como se fosse tirar algo das costas. Disse que nos buscaria em casa, me puxou do colarinho. Pegou o celular da emissora das minhas mãos, ameaçou que jogaria no chão. Foi uma situação patética". 

 A equipe da TVCA registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Lucas do Rio Verde. O caso será investigado. 

Veja o vídeo:
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