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Falsa médica que prometia cura de câncer oferecia tratamento para crianças e consulta chegava a R$ 300

Da Redação - Fabiana Mendes

Durante busca e apreensão realizada na manhã de quinta-feira (29), em uma clínica clandestina localizada no bairro Santa Cruz, em Cuiabá, onde uma falsa médica prometia a cura do câncer, a Polícia Civil localizou uma tabela com os preços de procedimentos e consultas, inclusive para crianças. Na tabela, as consultas podiam chegar a R$ 300. 

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A ação contou com o apoio da Gerência de Operações Especiais da Polícia Civil, de fiscais da Vigilância Sanitária Municipal e do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso. 

Ainda durante as buscas, os agentes encontraram carimbos com o nome da mulher e número de registro, além de receitas médicas carimbadas e assinadas, recentemente, por ela. A Vigilância Sanitária Municipal também constatou que o local não possui alvará para funcionamento como clínica médica.

Foram apreendidos frascos com substância de composição desconhecida e rótulos escritos à mão ou impressos com o nome da mulher como sendo a médica responsável pela prescrição, além de seringas e agulhas supostamente utilizadas em tratamentos à base de hemoterapia.




Investigação

A investigação começou após a Decon tomar conhecimento de que um paciente abandonou o tratamento convencional no Hospital Estadual Santa Casa para se tratar com uma mulher, sem registro no CRM-MT, mas que se apresentava e atendia como médica, em uma clínica clandestina.

De acordo com o filho do paciente, a falsa médica, de 53 anos, realizou sessões de hemoterapia e ozonoterapia no homem na clínica. Em um dos atendimentos, a criminosa colocou os pés do paciente em um recipiente, com água morna e metais, em formato de V.

A falsa médica ainda receitou e entregou um frasco, com uma substância desconhecida, para o paciente pingar na boca, com a promessa de que o líquido iria curá-lo do câncer terminal.

Ainda segundo o filho da vítima, após iniciar o tratamento seu pai piorou rapidamente, perdendo a fala, os movimentos das pernas e passou a se alimentar, com a ajuda de terceiros, até falecer, no mês de julho deste ano.

A partir da piora do paciente com câncer, o filho pesquisou e descobriu que a mulher, que se apresentava como médica, trabalha como enfermeira no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Quando ele lhe informou que iria denunciá-la à Polícia Civil, ela o chamou para conversar, no estacionamento de um supermercado no bairro Tijucal, onde, segundo ele, confessou não ser médica e perguntou quanto ele queria para não fazer denúncia.

Denúncias

A Delegacia do Consumidor continuará investigando a suspeita pela prática dos crimes de exercício ilegal da medicina, charlatanismo e curandeirismo. As penas somadas podem chegar a cinco anos de prisão e multa.
 
Pessoas que tenham sido atendidas pela falsa médica, ou que tiverem alguma informação sobre os fatos, podem registrar boletim de ocorrência pela Delegacia Virtual (www.delegaciavirtual.mt.gov.br), em qualquer Delegacia de Polícia Civil de Mato Grosso ou, ainda, procurar a Decon em horário comercial, de segunda a sexta-feira.
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