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"Homem que considerei como pai tirou a vida da minha mãe", lamenta filha de corretora de imóveis morta por marido

Da Redação - Bruna Barbosa

Ainda abalada, a filha mais velha da corretora de imóveis Marlene Aparecida dos Reis, de 42 anos, morta pelo marido na última quinta-feira (6), em Sinop (a 513 km de Cuiabá), afirmou que não sabe como explicar para a irmã, de apenas cinco anos, que o pai dela matou a própria mãe. Renata Matthes, de 23, é filha do primeiro casamento de Marlene, mas considerava o padrasto como "um pai". 

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"É triste a forma que o homem que considerei meu pai tirou a vida dela. E agora? O que falar para a minha imrã? O que falar para a minha filha aosbre a avó e sobre o padrinho dela [marido de Marlene]? Não sei nem o que dizer. Infelizmente, acabaram com nossas vidas". 

Marlene e o marido eram casados há oito anos. Após o crime, o suspeito identificado como Sérgio Ricardo da Silva, enviou um áudio para uma amiga confessando o que havia feito. Na mensagem, ele acusa a vítima de traição e diz que "perdeu a cabeça" durante uma discussão. 

O feminicídio surpreendeu os familiares do casal, que não desconfiavam que o suspeito poderia agir com violência contra a esposa. Renata explicou que a mãe sempre foi uma guerreira e a criou sozinha após se separar do primeiro marido. 

"Separou do meu pai quando eu era bebê ainda, me criou sozinha sempre passando apuros mas sempre lutou para nunca me faltar nada, tirava da boca dela para dar na minha. Ela foi sempre guerreira, sempre batalhadora". 

Uma das maiores preocupações de Marlene era em proporcionar condições para que as filhas tivessem um "bom futuro", lembra a jovem, que considera ter tido sorte em ter a corretora de imóveis como mãe. 

"Amada por todos em sua volta, tive sorte de ter uma mãe como ela. Quero ser pelo menos metade do que ela era, poderia ser o pior dia ela estava com o sorriso lindo dela no rosto". 

Para Renata, faltam palavras para explicar o que significará a ausência da mãe. Como a jovem não tem relação com o pai biológico por morarem longe, ela lamenta que a notícia da morte de Marlene chega a doer fisicamente.

"Eu sempre fui afastada do meu pai por morar longe. Eu só tinha ela senhor. Só sei que dói. Dói como nunca imaginei. Só peço Justiça". 

Corpo encontrado em estrada de terra 

O corpo de Marlene foi encontrado na Estrada Rosa, perto da MT-438, em Sinop, com marca de perfuração na cabeça e sinais de asfixia. A filha procurou a Delegacia da Mulher da cidade após desconfiar da falta de notícias da mãe. 

A Politec esteve no local e encaminhou corpo para exame de necropsia que deve revelar a causa da morte. A suspeita é de que ela tenha sido asfixiada antes de ser baleada. 

O suspeito ainda não foi encontrado. A Polícia Civil segue investigando o caso. 

 
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