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Bezerra e outros políticos tradicionais de MT são “enterrados” pelas urnas em 2022

Da Redação - Airton Marques

Apesar da baixa taxa de renovação, as eleições de outubro resultaram na saída de personagens tradicionais do cenário político mato-grossense. Após anos de vitórias, nomes como o do deputado federal Carlos Bezerra (MDB) sofreram amarga derrota nas urnas.

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Pela segunda eleição seguida, Bezerra foi o candidato mais velho em Mato Grosso. Aos 80 anos, tentou seu sexto mandato na Câmara Federal – quinto consecutivo. Em chapa disputada, o emedebista ficou apenas com a primeira suplência, após receber 45.358 votos.

A derrota, além do pessoal, trouxe baque político imediato, já que logo após o resultado, membros do partido começaram, nos bastidores, a questionar a continuidade de Bezerra no comando da sigla. Caso o entendimento de que a sigla deve ser comandada por filiados com mandato, o MDB pode adiantar a aposentadoria do cacique, fazendo que Bezerra esteja presente na política mato-grossense apenas pelo o que fez no passado.

Outro nome histórico da política do Estado, Serys Slhessarenko (PSB) teve resultado pífio, amargando mais uma derrota desde que deixou o Senado, em 2010. Após longos anos de carreira, a ex-senadora entrou na disputa mais para ajudar a filha, Natasha Slhessarenko, que tentou uma candidatura ao Senado.

Natasha acabou desistindo após as convenções, já que o PSB nacional decidiu por apoiar o nome do deputado federal cassado, Neri Geller (PP). Serys manteve seu nome, e recebeu apenas 3.120 votos.

Última tentativa

Após ser barrado pela Justiça Eleitoral em 2018, o ex-deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) acabou derrotado em sua tentativa de voltar ao cenário político. Condenado em processo de desvio de recursos da Assembleia em 1996, quando presidia a instituição, o político obteve 30.419 votos.

Quem também tentou um retorno se candidatando para a Câmara Federal foi o ex-deputado estadual Pedro Satélite (PSD), que já havia perdido tentativa de reeleição em 2018, após ser envolvido no escândalo da delação do ex-governador Silval Barbosa. Além disso, ao lado do deputado Dilmar Dal’Bosco (União), ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual após a Operação Rota Final, que investigou empresários que teriam pagado propina a agentes públicos.

Outro que teve imagem manchada pela delação de Silval, Wagner Ramos (União) foi mais um caso de quem sofreu derrota acachapante para a Câmara, após não conseguir se reeleger para a Assembleia Legislativa, em 2018.

Ex-secretário de Fazenda e da Casa Civil, Eder Moraes (PV) tentou uma ascensão política, apresentando seu nome para uma vaga na Assembleia. No fim das contas, a condenação a mais de 180 anos de prisão por corrupção pesou e ele obteve apenas 2.920 votos.

Ex-vice-governador, Chico Daltro (PV), tentou retornar à Câmara Federal, mas foi novamente derrotado. Em 2018, o político tentou vaga no Legislativo estadual, sem sucesso.

Outro que voltou a perder foi Valtenir Pereira (MDB). Após dois mandatos, em 2018, o emedebista ficou apenas com a suplência na Câmara Federal, ocupando a cadeira de Bezerra em algumas ocasiões. Na Próxima legislatura terá que, novamente, contar com a boa vontade dos titulares Juarez Costa e Emanuelzinho.

Procurador Mauro (Psol) e Julier Sebastião (PT) se enquadram no grupo de políticos que chegaram perto algumas vezes de uma vitória, dentro de inúmeras tentativas. O procurador acumulou sua nona derrota e Julier a terceira.

Com carreira meteórica o vereador cassado Tenente Coronel Paccola (Republicanos) era um dos nomes fortes para a Assembleia Legislativa, mas acabou “morrendo na praia”, após ter seu mandato cassado na Câmara de Cuiabá, por quebra de decoro parlamentar na morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa.
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