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Interventora não descarta boicote e garante medidas contra empresas que não cumpriram contrato

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Max Aguiar

A interventora Danielle Carmona não descartou a existência de boicote de empresas e servidores durante o período de intervenção estadual na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). De acordo com a gestora, o que trouxe mais problemas para a atuação do gabinete foi justamente o não cumprimento dos contratos com empresas terceirizadas, responsáveis pelos plantões médicos nas unidades da capital.

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Danielle reforçou que já nos primeiros dias foi identificado a falta de médicos durante os plantões, o que gerou a elaboração de uma notificação à empresa MedClin, que rompeu o contrato com o município nos últimos dias.
“Uma das empresas, diante das nossas cobranças e sabendo dos riscos que corre, pois nós não vamos deixar impunes esse tipo de situação, solicitou o destrato do contrato. Paralelo a isso, nós já tínhamos lançado um processo seletivo. Então, já estamos contratando os médicos para cumprir essas escalas”, afirmou.

“Tem essa questão dos médicos, que uma paralisou os serviços às 17 horas de sexta e as outras duas no sábado à tarde, falaram que não tinham plantonistas, mas depois reestabeleceram o serviço e agora nós estamos regularizando com as contratações e tem o concurso que será homologado no dia 18 de abril”, completou.

A interventora relata que 24 médicos contratados de forma emergencial começaram a atuar na terça-feira (3) em unidades que estavam sem profissionais, algumas delas há cerca de 10 meses. As Unidades de Saúde de Família (USF) dos bairros Jardim Umuarama, Pedra 90 e Três Barras estavam sem médico desde junho de 2022. As outras não contavam com profissionais há pelo menos dois meses.

As contratações fazem parte do plano de ação do Gabinete entregue à Justiça na semana passada. Além dos novos contratos, o Gabinete de Intervenção já cumpre outras medidas previstas no plano, como a aquisição de medicamentos e insumos, retomada de cirurgias, criação da coordenadoria de licitações e a centralização dos procedimentos licitatórios relativos à SMS e à Empresa Cuiabana, entre outras.

Sobre os servidores contratados em que não estariam cumprindo as escalas, Danielle ressalta que o período é conturbado de descontentamento com a prefeitura.

“Temos 7,5 mil servidores, alguns com atraso no pagamento e dívidas trabalhistas desde julho de 2022, então há um descontentamento por parte dos servidores, além da insegurança diante de um período como esse.

A Medclin

Ao anunciar o fim do contrato com o município, o dono da MedClin afirmou que decidiu entregar a carta de declínio ao contrato diante da atuação do gabinete interventor e falta de garantia no pagamento dos serviços prestados. Segundo ele, a empresa ainda não teria recebido o mês de fevereiro e teria que aguardar análise da nota emitida à SMS por parte do Tribunal de Contas (TCE-MT), que criou uma comissão especial para analisar as ações da intervenção.

O empresário ainda responsabilizou o Sindimed - presidido por Adeildo Lucena -, que reúne os médicos em Mato Grosso, pela dificuldade em completar os plantões nas unidades que a empresa prestava serviços. Segundo ele, a diretoria do sindicato fomentava os profissionais a não aceitarem as condições estabelecidas para os finais de semana.
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