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Notícias / Cidades

Interventora diz que flagrou servidores mentindo e confirma dispensa de 15 pessoas

Da Redação - Marcos Salesse / Do Local - Max Aguiar

A interventora do Estado na Saúde de Cuiabá, Danielle Carmona, confirmou que aproximadamente 15 servidores foram dispensados após serem flagrados promovendo boicote às ações do Gabinete. Segundo Danielle, há profissionais negando a existência de médicos e medicamentos nas unidades, mesmo após a contratação dos profissionais e compra dos insumos. Os casos foram registrados na UPA do Verdão, UPA Morada do Ouro e Policlínica do Coxipó. 

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Em entrevista à imprensa, a interventora alegou que foram verificados servidores afirmando que há falta de medicamentos, mesmo após a compra e abastecimento das farmácias das unidades. A falta de médico também tem sido usada pelos servidores, com o objetivo de boicotar as ações propostas pelo Gabinete. 

"O que nós temos verificado é que mesmo os medicamentos e insumos estando na farmácia das unidades, tem servidores que estão falando que não tem medicação e insumo. Isso tem acontecido com os médicos também, ou seja, os médicos estão lá, mas tem servidores falando que não estão", declarou, nesta terça-feira (18), na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE)

Segundo Danielle, os casos de suposto boicote foram registrados na UPA Morada do Ouro, UPA do Verdão e Policlínica do Coxipó. No Verdão, a própria interventora afirma ter flagrado um servidor alegando a falta de um medicamento que estava disponível na farmácia da unidade. 

"Já flagrei a questão do medicamento na UPA do Verdão, onde orientaram um familiar a ir fazer a compra de um medicamento. Então houve todo um tumulto com um familiar mesmo tendo a medicação na unidade", contou. 

Outra situação registrada foi no bairro Morada do Ouro, após a instalação de um equipamento para realização de exames de Raio-X. De acordo com Carmona, alguns servidores da UPA alegaram que não estavam realizando os exames, mesmo com o equipamento em funcionamento.

"Uma situação que ocorreu foi no sábado, onde foi instalado equipamento na UPA Morada do Ouro e os próprios servidores falando que não estavam realizando os exames de Raio-X. Então o Gabinete de Intervenção precisa de profissionais que queiram somar e poder garantir atendimento para a população", acrescentou. 

Ainda de acordo com a interventora, os servidores efetivos flagrados promovendo boicote serão remanejados. Já os contratados correm o risco de ter seus contratos encerrados caso promovam algum tipo de restrição ao acesso da população ao atendimento. 

"Servidores que não estão colaborando, se for efetivo estamos remanejando e se for contratado a gente está realizando o destrato", argumentou. 

Há também casos de suposta pressão por parte de servidores, que segundo Danielle, pedem que outros promovam boicote sob risco de serem demitidos após o encerramento do período de intervenção. Todos os casos estão sendo fiscalizados pelo Gabinete. 

"Estão em cima dos funcionários, alegando que quando a intervenção acabar serão mandados embora. A gente tem situações que tem médico na unidade, aí uma familiar chega lá e o próprio servidor diz que não tem médico. Então isso tem gerado desgaste e o que não é verdade", finalizou. 

TCE

Ainda nesta terça-feira (18), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiu que vai inspecionar hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para averiguar supostos boicotes ao trabalho de intervenção na saúde de Cuiabá. As denúncias foram entregues ao presidente da Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social (CPSA) do órgão, conselheiro Guilherme Antonio Maluf, e ao coordenador da Comissão Especial que acompanha a intervenção, conselheiro Sérgio Ricardo de Almeida, pela interventora. 

De acordo com o conselheiro Guilherme Maluf, as inspeções terão foco na rede secundária, onde estariam havendo mais boicotes. O membro do TCE ainda garantiu que vai comunicar o Ministério Público do Estado (MPE-MT) e que os envolvidos no suposto boicote podem até serem presos. 

“Vamos a campo para apurar essas denúncias e, se constatadas, nós comunicaremos ao Ministério Público, que tem participado ativamente do processo. Estamos falando de uma intervenção judicial decretada e se, de fato, isso estiver ocorrendo, os envolvidos podem até ser presos", disse Maluf. 

 
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